Monday, October 15, 2007

E o nosso sistema de saúde?

Hoje, infelizmente, tive que me despedir para sempre da minha última bisa. Pois é, eu que cresci numa família jovem (minha avó materna já tinha sete filhos aos 25 anos) e tive a oportunidade de conviver com três das quatro bisas que temos. Biso só conheci um, confirmando que a expectativa de vida feminina ainda supera a masculina (e nós que somos o sexo frágil!). Não estou acostumada a perder pessoas próximas, parentes ou amigos. E, não, esse post não é para ficar lamentando, mas para me ajudar a entender e refletir sobre a situação desse país, em contraste com o meu futuro. Antes de tudo, deixo claro que não sou de espernear diante da morte porque entendo que ela faz parte da vida e é a nossa única certeza ao longo dela.

Vamos à reflexão, então. Muitos brasileiros quando resolvem imigrar pro Canadá se preocupam, depois do frio, claro, com o sistema de saúde canadense. Minha "sogra-to-be" mesmo toda vez que tem oportunidade fala para nós pensarmos nisso e, bem no início da idéia, fez questão que assistíssemos ao filme Inavasões Bárbaras. Pois bem, minha bisa tinha um plano de saúde, o que já dá um alívio enorme em saber que ela não teve que enfrentar nossos maravilhosos hospitais públicos. Só que, infelizmente, ela não tinha O melhor plano de saúde, era um comum, simples, mas que garantia o atendimento e a internação sempre que ela precisasse.

Pois bem, há pouco mais de 20 dias, minha bisa, que sempre foi muito saudável, teve um AVC. Isso acontece, né? A idade vai chegando e os problemas vão mesmo aparecendo. Um dos netos dela levou-a correndo para a clínica mais próxima que atendesse ao seu plano. Lá, ela foi atendida e ficou internada. No dia seguinte ela já estava bem melhor, mas o médico, no exame físico, percebeu o que depois descobrimos ser um tumor na sua barriga. Um tumor que ela explicou que já sentia há tempos, mas nunca pensou que fosse nada. Um tumor que nunca se manifestou. Um tumor que nós ainda nem temos o resultado da biópsia para saber se era maligno ou benigno. Agora não importa mais.

Os médicos disseram que era preciso tirar aquele tumor o quanto antes porque ele poderia se desenvolver e causar problemas. Não sei se já mencionei, mas minha bisa já tinha pra lá dos 85 anos. Eles explicaram que a cirurgia era muito complicada e arriscada, mas que não tinha outra opção, era preciso retirá-lo. Eu não sei se vocês prestaram atenção no parágrafo anterior, mas o tumor nunca tinha apresentado qualquer sintoma. E minha bisa tinha acabado de sair de um AVC!

Levou uma semana pro plano de saúde autorizar a cirurgia. Durante todo esse tempo minha bisa estava lúcida, conversando, dizendo o quanto queria ver a luz do sol porque as janelas da clínica eram escuras e ela ficava sem saber quando era dia e quando era noite. A última vez que ela conversou com meu pai ela disse que ainda não queria morrer, que ainda não estava na hora. Mas, enfim, o plano de saúde, finalmente, autorizou o procedimento e os médicos submeteram a mulher que era a minha avó duas vezes a uma cirurgia que mesmo uma pessoa com a minha idade teria um bom trabalho para se recuperar.

Só que ela era diabética e, claro, os médicos sabiam disso. Ela, aparentemente, se recuperou bem dessa primeira cirurgia e passou mais uma semana no hospital. Nesse tempo, ela começou com uma infecção e, como era de se esperar, pneumonia. Ela estava na Clínica, na UTI. E mesmo assim levaram uma semana para perceber que a cirurgia não havia cicatrizado. O médico precisou ver vestígios de fezes saindo pela cicatriz externa para tomar uma providência. Imediatamente levou ela para outra cirurgia, dessa vez, de emergência, só para ter certeza que o estrago já era enorme aquela altura.

Depois disso ela não voltou mais. Saiu de lá entubada e daí foi ladeira abaixo. O rim parou, os pulmões pioraram e o coração começou a falhar. Ontem, no horário da visita, ela faleceu. Eu, infelizmente, não pude encontrar com ela acordada ainda porque ela foi internada na mesma época que eu estava com pneumonia, então uma visita teria piorado tanto a minha, quanto a situação dela. Na sexta, eu fui lá. E vocês não têm idéia do lugar. E não era um hospital público! A UTI era uma grande sala com camas uma ao lado da outra e uns três ou quatro enfermeiros sentados no meio. Isso para atender a uns 10 ou 15 pacientes. E não tinha um médico, apenas enfermeiros para dar conta de toda aquela gente debilitada, precisando de cuidado e atenção para se recuperar.

Os visitantes tinham que lavar a mão, mas era uma torneira normal (nesses casos, é mais indicado um tipo de torneira que você não usa a mão para abrir e fechar), a saboneteira desmontava na sua mão e o sabonete, bem, nem preciso comentar. O papel para secar era aquele reciclado comum. Depois de lavar as mãos, o visitante tinha que procurar seu parente entre as camas. Nem preciso dizer como isso é desagradável, né?

O que dá vontade de espernear é que ela morreu sem ver o sol como ela queria, sem ver os tataranetos que ela sonhava. Tudo bem que ela já era idosa, mas, não, não estava na hora. E isso tudo porque resolveram fazer uma cirurgia que, pelo menos na minha ignorância, não tinha nada de urgente. Ainda que ela fosse realmente necessária, por que ela não podia voltar para casa, terminar de se recuperar do AVC e da semana hspitalizada e, então, se preparar para um procedimento desses? E fazer essa cirurgia num hospital maior, mais estruturado, com um médico que já conhecesse ela?

No final de setembro, quando Julio e eu ficamos doentes, também precisamos lidar com alguns problemas e nós temos os melhores planos de saúde. Tanto ele, quanto eu fomos diagnosticados com "virose" (que parece ser o diagnóstico padrão atualmente), apesar de já estarmos com pneumonia. No caso dele, chegaram até a tirar o Raio-X, que já tinha a imagem da pneumonia, mas ainda assim não diagnosticaram. No meu caso, apesar dos meus relatos, o médico nem quis fazer o exame, disse que era virose e pronto, pra eu tomar vitamina C. Só para registrar, ele foi atendido no Hospital Samaritano (com fama de ser o melhor do Rio) e eu fui ao Quinta D'or.

Não sei se fazem isso por incompetência, negligência ou simplesmente isso é consequência das condições de trabalho a que são submetidos. Seja como for, no nosso caso, isso nos custou uns dias a mais de recuperação. Mas no caso da minha bisa, isso custou a vida dela e o sofrimento de uma família inteira! Me perguntou se no tão mal falado (por alguns) sistema de saúde canadense essas situações teriam acontecido. E pensar que ainda pagamos - muito caro - para receber esse tipo de atendimento aqui!

Friday, October 12, 2007

Ai, meu Deus!!!

Eu não tô dizendo que ter um blog é tudo de bom???

Está esta noiva aqui enrolada com os afazeres matrimoniais, sem saber de nada do que está se passando no Canadá. Daí, eis que recebo na minha caixa postal o aviso do comentário da Raquel perguntando se eu já estava sabendo que os pedidos de exame médico do processo simplificado estavam começando a chegar. Não, eu não sbaia!!!!

Putz!!! Eu estava aqui já toda emocionada porque, finalmente, resolvi arriscar e comprar meu vestido pela internet (é, eu sou maluca, mas se o noivo veio pela internet, nada mais razoável do que o vestido vir também, né?) e fui olhar no e-mail para ver se a confirmação da compra tinha chegado. A confirmação não tinha chegado, mas estava lá o comentário da Raquel dando a feliz notícia da carta tão esperada.

Nem acredito!!! Parece até que o meu próprio já chegou, de tão grande que é o sorriso :D

Raquel, muito obrigada pelo aviso!

Gean e Cecilia, obrigada por lembrarem da validade do passaporte... nem pensei nisso porque meu passaporte é novo, então a validade está longe.

Flávia, muito bom te ver por aqui!

Beijo em todos da noiva blogueira feliz, duplamente aliviada (por ter resolvido o vestido e, principalmente, por saber que em poucos dias devo receber minha cartinha também).

Wednesday, October 10, 2007

AAHHHHHHH!!!!!

Eu não consigo mais pensar em Canadá. Só penso em casamento, vestido, lua de mel e uma infinidade de coisas. Quando penso em Canadá, é para perguntar onde está o pedido de exames médicos. ONDE ESTÁ O PEDIDO DE EXAMES MÉDICOS??? Eu achava que ele já devia ter chegado faz tempo. Pelo menos dá um certo alívio pensar que ninguém do processo simplificado recebeu o bendito, então o negócio não é pessoal.

Enfim, hoje o Wagner deixou um comentário no post anterior perguntando quanto tempo temos, depois do visto, para ir pro Canadá.

Wagner, e todos os que têm a mesma dúvida, até onde sei, a partir da data do exame médico (que não é a mesma data do visto), você tem um ano para pisar pela primeira vez em terras canadenses como imigrante. Isso porque seus exames têm um ano de validade. Você até pode entrar como imigrante e voltar, mas isso deve ser feito nesse período de um ano depois dos exames. Depois da primeira entrada, e para não perder a condição de residente permanente, você deve passar, pelo menos, três anos em terras canadenses nos cinco anos seguintes à sua entrada.

Se eu estiver errada, por favor, me corrijam. E perdoem essa pobre noiva blogueira... está difícil pensar numa imigração tão distante, principalmente com esse silêncio lá do Consulado, com os preparativos do casamento a pleno vapor. Ainda não desisti de atualizar e sempre que aparecerem dúvidas vou tentar responder por aqui.

Saudações a todos!

Wednesday, September 19, 2007

Blog: prós e contras.

Desde que decidimos sobre o Canadá, eu quis começar o blog, mas não podia tornar tão pública nossas decisões naquele momento. Assim que pude, comecei a escrever. E não podia imaginar que seria tão produtivo.

Ter um blog é bom porque...

... ajuda a organizar as suas idéias. Com tanta coisa pra pesquisar e aprender, é muito bom reunir os links todos, fazer um resumo de tudo, enfim... dizem que a melhor forma de aprender é ensinando, né?

... meio que te força a pesquisar mais e ler mais sobre o Canadá para ter o que escrever e compartilhar com os leitores.

... você passa a se relacionar com pessoas diferentes, de todos os cantos do país e até de outros lugares pelo mundo. Se esses relacionamentos algum dia deixarão de ser "virtuais" para virarem uma amizade no mundo real só o tempo dirá. Mas para uma pessoa como eu (Não sei se vocês sabem, mas meu grupo de amigos teve origem na internet, há mais de 10 anos atrás. Desde então não nos separamos e frequentamos as casas uns dos outros... Depois eu falo sobre a minha teoria que amizades que começam no mundo virtual são mais verdadeiras.), o fato de permanecerem no mundo virtual não diminui em nada o valor que dou a essas relações.

... os comentários deixados não só valorizam o que você escreveu como enriquecem a sua pesquisa. As pessoas deixam as experiências delas ou mesmo as pesquisas e não só você, mas todos os seus leitores, se beneficiam com isso, pois têm acesso a outras questões e opiniões. Nunca pensei que eu fosse aprender tanto com os comentários. É melhor do que fazer uma pergunta na lista do Yahoo! Os comentários são uma delícia!

... você nunca fica sem nada pra fazer. Tem sempre um layout novo pra testar quando tem tempo, links para organizar e incluir, posts para escrever, comentários para responder e deixar nos outros blogs. Enfim, é um mundo novo que se abre para você.

Ter um blog é ruim porque...

... haja responsabilidade escrever sobre um assunto tão importante e para tanta gente! Por mais que uma coisa tenha funcionado de um jeito pra você, não significa que será assim para outros.

... para manter seu grupo de leitores você tem que escrever com frequência e muitas vezes isso não é possível. Como o período que estou passando agora... minha cabeça está toda voltada para o casamento, já tem tempo que nem leio nada sobre o Canadá, a não ser os blogs que acompanho.

... muita gente vem te fazer perguntas. E o problema não é esse. O problema é que muitas dessas pessoas perguntam coisas que estão escritas no blog, que já foram respondidas. Ou seja, eles sequer deram um tempinho deles para ler o que você escreveu. E outra coisa que me incomoda muito é a sensação de ser uma prestadora de serviços. Alguns escrevem com uma impessoalidade ímpar, tipo "Camila, como faço isso? Fulano de tal. PS: Tenho pressa". Eu tenho tentado responder a todos, mas alguns eu faço por puro senso de obrigação e sem vontade nenhuma.
PS: Se você é um deles, tente ser um pouco mais gentil na hora de enviar e-mails e muitas vezes a resposta já está no blog, é só dar uma lidinha.

Tudo isso para dizer que a lista de prós ganha, de longe, da de contras e que adoro o blog, adoro ver que várias pessoas passam por aqui com freqüência e comentam. Obrigada!!!

Sunday, September 16, 2007

News!

E a grande novidade é... o namorido vai virar marido!!! Isso mesmo, vamos casar de papel passado, com regime de bens, testemunha e tudo! Até o nome dele eu vou colocar no meu... E, de repente, o Canadá fica em segundo plano! Muito feliz!



Dada a notícia, eu sei que muita gente não vem aqui procurando notícias da minha vida, mas do meu processo de imigração e tudo o que eu sei (e aprendo) sobre ele. Que seja, mas a intenção deste blog não é ser um serviço de informação sobre imigração, mas um meio de me relacionar com as pessoas e isso inclui falar da minha vida, também.

A sorte é que muitas vezes eles andam juntos. Por exemplo, com o casamento, fiquei em dúvida se devo ou não acrescentar o último sobrenome dele ao meu nome. Eu nunca pensei muito seriamente nisso, mas vendo como as coisas funcionam no Canadá, que todo mundo é tratado pelo sobrenome e onde existe uma expectativa de que casais tenham o mesmo sobrenome, nem pensei muito, resolvi fazer a mudança. E, daí, vem outra dúvida. Como fazer essa mudança no meio do processo de imigração?

Mandei um e-mail para a Maria João e a resposta dela foi que eu devo fazer a alteração e comunicá-los antes que o visto saia, pois, uma vez emitido, ele não poderá ser re-emitido. Eu não entendi bem o que acontece caso a mudança venha depois do pedido dos passaportes, mas prefiro não arriscar. Então, a ordem é essa. Casar no civil, informar ao consulado e tirar novo passaporte . Quando o esperado pedido chegar, o passaporte já estará com o nome de casada. Ah, sim, todos os outros visto que você tenha devem ser providenciados novamente. O que significa uma certa dor de cabeça, mas vale, né?

Com isso, o casamento deve sair logo, já que nossos 16 meses acabam em janeiro... Ai, ai... (E o pedido de exames médicos ainda não chegou!)

Wednesday, September 12, 2007

Agora vai?

Por que será que tem dias que o mundo parece conspirar contra nós e nosso único amigo é o Murphy?

Hoje as coisas aqui no trabalho foram péssimas e agitadas... Daí, arranjei um tempinho para escrever um post. Escrevi e... perdi tudo! "Isso nunca me aconteceu antes", não aqui no São Google. Pois eis que perdi todo o post. Daí, escrevi um outro dizendo que tinha perdido tudo e que teria que escrever depois. Perdi de novo. As coisas aqui enrolaram mais e não deu pra tentar mais uma vez. Vamos ver se agora vai...

Quanto tempo, né?!

Nossa viagem foi ótima! Buenos Aires nós já conhecíamos, mas fizemos coisas diferentes, como ir a um show de tango mais tradicional (com direito a dança com os dançarinos!) e conhecer a região de Palermo, que é bem interessante. O destaque para essa parte da viagem foi mesmo o zoológico de Lujan, uma cidade a uns 60, 70 km de Buenos Aires. Lá, fizemos carinho em leões, tigres, capivaras, veados, bodes, cabras, pegamos filhotes de puma no colo, brincamos com um filhote de leão, fizemos amizade com macacos e ainda demos um voltinha num elefante e num dromedário. Para quem gosta dos bichos, como nós, o passeio mais que vale a viagem até lá, apesar de a primeira impressão do zoológico não ser boa (nesse caso, não é a que fica!). E nem venham perguntar se não tivemos medo, pois depois de ver gente entrando e saindo das jaulas e observar o funcionário lá dentro na maior tranquilidade, a única coisa que passa na nossa cabeça é "que pena que o leão estava dormindo"!

Já Bariloche, hummm... muito legal. A cidade, em si, não tem nada demais, mas vale pelas suas chocolaterias (tomamos MUITO chocolate quente: com pimenta, com temperos, com doce de leite, com mel, com menta, com framboesa,...). Pegamos a terceira e última nevasca da temporada, o que significa que passamos dois dias com neve. A temperatura mínima que pegamos foi 5 abaixo de zero. E, pra dizer a verdade, usando a roupa adequada, você pode rolar (literalmente) na neve que não sentirá frio.

Foi um ótimo estágio para nossa futura vida nas terras geladas. O problema era o ritual cada vez que íamos sair. Primeiro, uma meia-calça grossa, depois uma calça jeans confortável e, por cima, uma calça impermeável, para a neve. Na parte de cima, uma blusa de manga comprida de meia fina ou própria para usar por baixo da roupa, uma blusinha normal, um casaco de cashmere e, pra arrematar, um casaco imperméavel, também próprio para a neve. Depois, é fácil. Quer dizer, basta colocar uma meia e uma bota imperméavel com sola anti-derrapante (que dá aquela ajuda na hora de caminhar no gelo), depois colocar as luvas, mas escolha as impermeáveis se for pra neve, termina prendendo o cabelo (pra não ficar fugindo e molhando) e colocando o gorro tipo ninja (porque a pessoa que vos escreve morre de frio no nariz e fica com o maxilar "congelado" se não se cuidar), que será devidamente coberto com o gorro impermeável do super casaco. Feito isso, é só colocar outro casaquinho de cashmere na mochila (nunca se sabe quando o frio ficará sério mesmo) e partir para o mundo branco!

Confesso que é cansativo tirar luvas, casacos e gorros cada vez que se entra num ambiente fechado e vestir tudo de novo para voltar ao mundo externo. No entanto, eu não troco aquele friozinho que dá vontade de não para de tomar chocolate quente por praia nenhuma do nordeste brasileiro. Então, acho que o Canadá é o meu lugar.

Quanto às roupas adequadas, eu não dispensaria a meia-calça e a blusa comprida do mesmo material. O casaco de cashmere, pra mim, é um achado, pois são leves, finos, mas esquentam que é uma beleza, além de serem politicamente corretos (nada de propaganda, mas os meus em comprei em promoções na amazon.com, em torno de 20 dólares americanos). O casaco impermeável por cima é essencial. Eu tive que comprar um por lá, pois não tinha nenhum decente. Comprei um próprio para neve e valeu cada centavo. Com ele, não senti frio algum. No meu caso, o gorro também é importando para manter o rosto aquecido, além das luvas. A calça impermeável depende muito da situação e a bota, bom, ela ajuda com o gelo, caso você tenha mesmo que enfrentá-lo.

Ainda em Bariloche, me diverti demais no esqui. Fiz 3 horas de aula, já que esse foi meu primeiro e único (até agora) contato com o esporte. Acho até que fui bem, já que só cai uma vez e, na verdade, me joguei para evitar um acidente, já que não conseguia parar aquelas coisas. O namorido, infelizmente, se desentendeu com as botas (estavam machucando) e acabou parando logo, mas prometeu que tentará de novo. Mais uma vez, será muito legal morar perto de estações de esqui. Fora que esse negócio deve emagrecer, né? Eu fiquei morta de cansada!

Essa semana estou tentando colocar as leituras e comentários de blogs em dia. E também quero voltar a postar com frequência, né? Só peço paciência, pois outro assunto particular (aguardem as cenas dos próximos capiítulos) tem ocupado minha cabeça esses dias, mas não o suficiente para eu esquecer do nosso encontro. Falei com algumas pessoas e tínhamos pensado em ser no primeiro final de semana de outubro, dia 06/10, que tal? Já está certo que será na Barra, para prestigiar os amigos blogueiros que se despencaram aqui pra Laranjeiras mês passado.

PS: Adoraria ter começado esse post com a notícia de que recebemos o pedido de exames médicos. Assim que cheguei, corri para a caixa dos Correios e só tinha conta pra pagar! Fazer o quê, né? A espera continua...

Tuesday, September 11, 2007

Saturday, September 1, 2007

OFF Topic por uma semana

Uma das coisas que decidimos nessa fase de preparação para a imigração é conhecer os lugares aqui por perto antes de ir, pois ficará muito mais difícil depois. Assim como deixamos os pontos na América do Norte e Europa para conhecer depois, por ser mais rápido e mais barato.

Então, hoje, daqui a pouco, estamos partindo para passar uma semana em Buenos Aires e Bariloche. Dificilmente postarei alguma coisa, mas, se postar, será sobre esses lugares.

Se não escrever antes, boa semana e bom feriado para todos!

PS: Rezem pra que a gente volte inteiro do nosso primeiro contato com esquis...

Thursday, August 30, 2007

Histórico de Crédito

Se alguém ainda se lembra de quando abriu a primeira conta corrente no Brasil sabe que sem histórico de crédito, poucas transações financeiras podem ser realizadas. Você não tem direito a cheque, o banco se recusa a te dar cartão de crédito, seu limite de cheque especial, quando existe, é ridículo, você paga todas as tarifas possíveis no maior valor existente, etc. Até que, de um dia pro outro, passados uns 6 meses ou 1 ano, dependendo da política do banco, você passa a receber cartão, seu limite aumenta, eles fazem de tudo para você pegar um talão de cheques. Pelo menos foi assim comigo e olha que abri uma conta salário no Banerj como servidora pública!

Não é diferente no Canadá. Mas enquanto eu tinha outras possibilidades por aqui (usar cheques de papai, cartão de crédito depentende, etc.), por lá só teremos dinheiro no banco e um cartão de débito em mãos. Financiamento... hummm... não sei, não. Já li por aí que até para assinar serviços como comprar um celular, por exemplo, é preciso deixar um cheque caução com a empresa até que passe o tempo de "quarentena". Passado esse período, você deve voltar em todas essas empresas para resgatar seu saudoso chequinho.

Não há dúvida que isso só dificulta a vida já tão conturbada de um imigrante recém-chegado. Para tentar contornar essa situação, existem algumas opções. A primeira, já bastante comentada no grupo do Yahoo, é o cartão de crédito Amex. Parece que, tendo um cartão ainda em terras brasileiras, o seu histórico de crédito será transferido para o Canadá. Daí, seu cartão Amex canadense será expedido como se você já fosse cliente há mais tempo.

Eu bem que tentei fazer o meu. Aliás, pensei que não fosse ter problemas, já que, além de já ter bastante crédito no Itaú, onde tenho conta, tenho dois cartões de créditos do Unibanco, já com um bom histórico. Além disso, quando você entra na página do Amex parece que é tudo muito simples. Não se engane, não é. Você precisa passar alguns documentos por fax para eles. Até aí, tudo bem. Eis que um mês depois de enviar a documentação, nada de o cartão chegar pelos Correios. Resolvo entrar em contato e sou informada que minha solicitação não foi aprovada. Por quê? Porque eles pediram informações minhas ao Itaú, mas meu banco, respeitando, claro, meu sigilo bancário, recusou-se a fornecê-las. A atendente me explicou que eu deveria entrar em contato com o Itaú e autorizar que as informações solicitadas pela Amex fossem fornecidas. Tá, tudo bem, mas quais informações vocês querem? Resposta: "Nós não podemos informar isso, senhora". Como assim eu não posso saber o que eles querem saber sobre mim?! Tô fora!

A outra opção é através do HSBC, que é um banco internacional. Frustrada a primeira tentativa, resolvi recorrer a essa segunda e preenchi um formulário solicitando mais informações sobre abertura de conta em outro país e transferência de histórico de crédito. No dia seguinte pela manhã, um funcionário me ligou e explicou que basta abrir uma conta HSBC aqui que, quando abrirmos uma conta no Canadá, eles enviarão uma carta de recomendação para que nosso histórico de crédito aqui seja considerado lá.

Perguntei se eu poderia abrir já uma conta no Canadá e ele explicou que é possível, mas que contas sem movimentação lá nas terras geladas são encerradas por determinação legal e que não haveria necessidade de manter as duas antes de chegar lá, já que o crédito seria realmente transferido.

Ele sugere que se abra uma conta HSBC Premier (basta ter renda acima de R$ 8.000,00, sendo que pode juntar as rendas para abrir conta connjunta). A tarifa mensal dessa conta é R$ 39,00. Bem salgada, mas é a garantia de que você terá uma conta HSBC Premier no Canadá, pois cliente Premier é Premier em qualquer lugar do mundo. Daí, essa nova conta no Canadá não teria tarifa caso a conta brasileira seja mantida. Segundo ele, a conta Premier no Canadá tem uma tarifa que, convertida, daria mais do que os R$ 39,00 e que, então, vale a pena ter a conta aqui. Se você mantiver mais de R$ 50.000,00 investido, terá 50% de desconto nesse tarifa. E terá isenção total caso mantenha mais de R$ 100.000,00 em conta. Outra vantagem é que cliente Premier tem limite de saque internacional mais alto (500 dólares para sacar em qualquer ATM, mundo afora), além de não pagar pela operação (normalmente, a taxa é de R$ 8,00).

Mas não vá com muita sede ao pote porque nem tudo são flores, ainda mais quando envolve banco e dinheiro. A Mariana já comentou no blog da Andréa e do Eduardo que está muito insatisfeita com o HSBC, tanto que até pensam em encerrar a conta. Então, muito cuidado se você for abrir a sua e não esqueça de ler todas as letrinhas miúdas.

Abaixo, segue a íntegra do e-mail que recebi do HSBC com informações sobre as contas:

"O HSBC está presente no Canadá com as seguintes agências listadas no link
abaixo:

http://www2.hsbc.ca/HICServlet?cmd_GetCAMap=&accept-language=en-ca

Se você vai morar no exterior, existem duas maneiras para obter acesso a
seus recursos durante sua estadia fora do Brasil:

Ter uma conta no HSBC no Brasil e utilizar o cartão de débito para
sacar, conforme instruções abaixo:

A conta do HSBC no Brasil fornece o cartão de débito conveniado à rede
Cirrus ou à rede VisaPlus, que permite que você saque recursos de qualquer
ATM (mesmo que não seja do HSBC), na moeda local do país onde você estiver.
O recurso é debitado diretamente da sua conta corrente do Brasil. Basta que
a ATM tenha o simbolo da rede demonstrando o seu convênio.

Para contas Premier: Tarifa isenta e limite de $500,00 dólares por dia
correspondentes à moeda local do país
Para contas Gold: Tarifa de 8 reais por saque e limite de $300,00 dólares
por dia correspondentes à moeda local do país
SuperClass ou conta Universitária: Tarifa de 8 reais por saque e limite de
$250,00 dólares por dia correspondentes à moeda local do país

Portanto, caso você precise de recursos, basta que alguém no Brasil faça um
depósito na sua conta.

Ter uma conta no HSBC do país onde você está se mudando:

Esta opção permite que você tenha o seu recurso disponibilizado na moeda
local, pois você terá uma conta no próprio país. Além disso, você terá um
cartão de débito local onde não pagará tarifas para sacar nas ATMs do HSBC.

Desta forma, caso você precise de recursos, basta que alguém faça uma Ordem
de Pagamento, ou seja, uma transferência internacional para a sua conta no
exterior e 48 horas úteis após a transferência você terá o recurso
disponível para saque. A conversão dos valores de Real para a moeda
estrangeira será feita pela taxa de câmbio praticada pelo HSBC na data da
realização da operação

Para todos os segmentos: A tarifa para esta operação é de R$60,00 quando o
banco receptor é o HSBC.

Vale lembrar que não é possível que seja feito um depósito em uma agência
no Brasil para que ele seja creditado em uma conta do exterior.

Qual é a melhor opção no meu caso?

Ter somente a conta no Brasil ou ter a conta nos dois países: esta decisão
poderá se basear no tempo em que você ficará fora e com que frequência irá
utilizar o cartão de débito. Com base nas tarifas apresentadas e o tipo de
conta que possui, vale uma análise sobre o que seria mais vantajoso de
acordo com as suas necessidades. O fato de ter uma conta na moeda local lhe
dará uma melhor idéia do quanto ainda possui. Mas também é importante
considerar uma segunda opção para fazer saques, em caso de imprevistos como
perda de cartão.

Sendo assim, como abrir a conta no exterior?

Para correntistas do HSBC Bank Brasil S.A, prestamos o serviço de indicação
de abertura de contas no exterior, mediante solicitação do cliente. Com
este serviço, você pode ter a conta aberta no exterior antes mesmo de
viajar*.

O processo é simples: basta que a documentação de abertura de conta,
enviada por email, seja entregue por você na sua agência.

E com relação à conta no Brasil?

No link abaixo você encontrará informações sobre cada tipo de conta e as
tarifas. É importante ir até a agência e conversar com o gerente para saber
qual conta é a mais apropriada para você.

http://www.hsbc.com.br/para-voce/conta-corrente/index.shtml

Caso seja de sua vontade, solicitaremos a um gerente de aquisição que entre
em contato com você. Ele lhe informará o que é necessário para abertura da
conta.

Aguardamos o seu retorno!

* O tempo necessário para abertura de conta no exterior depende do tipo de
conta a ser aberta e da entrega da documentação na agência em tempo hábil"


Mais fotos do Canadá









Tuesday, August 28, 2007

Bairros de Toronto


Primeiro de tudo, obrigada pelas dicas de hospedagem no post passado. Assim que nós definirmos as coisas, eu escrevo sobre nossas descobertas.

Segundo, tenho pesquisado sobre os bairros de Toronto e, apesar de encontrar algumas informações sobre as vizinhanças, tinha dificuldade para localizá-las. Hoje resolvi recorrer ao Santo Google e eis que encontrei muita coisa interessante.

Primeiro, encontrei um mapa com as divisões de cada bairro, com seus nomes. Daí, encontrei também um mapa semelhante, só que desta vez você pode clicar na região e ter informações estatísticas dos últimos censos (pena que o último tenha sido em 2001). Dá pra saber a renda média da população local, a idade, o tipo de residência, a origem étnica, etc. É interessante, mas ainda não responde à minha pergunta: onde morar em Toronto pagando o justo, em torno de U$ 1.000,00/mês, e tendo qualidade de vida e segurança?

Bom, também achei umas informações sobre "como arranjar um apartamento em Toronto", que fala um pouquinho das principais vizinhanças. Eis o texto:

  • Chinatown, including the Kensington Market Area, is full of older 2 and 2 ½ story homes converted into apartments. Generally a cheaper rental area, it also attracts a lot of students, which in turn might make it unattractive. Lots of great food markets.

  • Little Italy is the area along College Street with all the ultra-cool bars, cafes, restaurants, and the best repertory theatre in the city. Again, mostly older converted houses, but also some three-story walk-up buildings.

  • The Annex is an area just north of Bloor and west of Avenue Road. A mix of high-rises and nice Victorian duplexes, The Annex is rather expensive due to its proximity to Yorkville, the uber-chic of Toronto shopping.

  • Cabbagetown is east of Jarvis and west of the DVP (Don Valley Parkway), near Gerrard and Carlton Streets. It is an older Victorian neighborhood that the Yuppies took upon themselves to fix up so that no one else could afford it. Most rentals in this area consist of basement apartments.

  • Harbourfront describes the area along the shore of Lake Ontario, as its name would suggest. Most of this area is made up of high-rises with beautiful views and extremely high rents.
  • The Beaches is just that: a community next to a great Toronto beach. Quaint shops, funky boutiques, and great little restaurants line Queen Street East, the neighborhood's main artery, which runs parallel to the Beach. If you have a dog or like to walk along the boardwalk, this place can't be beat. But be warned: on weekends, The Beach is jammed with tourists and shoppers.

  • The Danforth is also known as Toronto's Greek Town. An eclectic mix of health food stores, Greek restaurants, Irish pubs and trendy boutiques makes this a popular spot to live or hang out. The Danforth is also highly convenient since it's right on the subway line.

  • Riverdale is an older (and more reasonably priced) part of Toronto. Apartments here are generally found in duplexes and large converted Victorian homes. It's a family-friendly neighborhood with restaurants and shopping a modest walk away.

  • Forest Hill, one of the poshest Toronto areas, has less in the way of rentals. There are many modern apartment buildings around the Forest Hill Village area, and some older buildings further out. The stately turn-of-the-century homes nearby make for great walks.

  • Bloor West Village is a popular Toronto address, along the lines of The Beaches - very busy on the weekends, great food, great shopping, and great coffee. The rentals are a mix of high-rises, apartments above stores, and houses or duplexes. Rents can be high in this neighborhood because of the demand, but bargains can still be found.

  • Rosedale is the most expensive area in Toronto, and hasn't got much in the way of charm or conveniences. Jags and Beamers line the driveways, though there are a few expensive high-rises (most of which are condos).

  • Parkdale, according to many, is the next Cabbagetown. It is rather grungy and run-down; in 5 to 10 years, it is predicted to become shiny, yuppie, and new. This does not help the renter, of course, who will be living there now, but it does help keep the rents low. It can get quite dangerous at night, by the way.

  • Leaside is in the former East York, just east of the DVP near O'Connor. The area is a mix of housing in a surprisingly quiet neighborhood with good access to the highway and the subway (a short bus ride to the south is The Danforth).

  • Queen Street West houses the cool, artistic crowd, and the quirky shops and restaurants along this strip reflect this. If you're looking for a loft to paint in or a room in which to compose the great Canadian novel, you need look no further. The area north of Queen, known as The Grange, is also home to the Ontario College of Art, so there are many student berths in the area.


Só que ainda não responde, já que nada disso traz informação quanto ao valor da moradia e, principalmente, índices de violência. Um outro site, que parece, na verdade, ter sido criado por um corretor, também traz informações sobre as vizinhanças, incluindo a faixa do valor dos imóveis e as escolas do bairro. E, num outro, tem também algumas fotos locais.

Quanto à criminalidade, encontrei alguma coisa no site da Polícia de Toronto. Só que não ajuda muito, já que, a não ser nos extremos nordeste e noroeste, e em downtown, onde tem uma concentração maior também, está tudo distribuído em são poucos casos para influenciar numa decisão. O que eu buscava era algum relato que dissesse quanto à sensação de segurança da região.

Enfim, parece que a única saída e conhecer cada região e, depois de ter pessoalmente aprovado, conversar com pessoas que conheçam e, claro, olhar os imóveis para locação e venda.

Isso tudo porque, considerando que optemos por Toronto, ainda não estou convencida de ir para North York e pronto. Por que não ficar mais perto do centro, perto dos restaurantes, das lojas, do futuro trabalho? É claro que se isso representar um furo no orçamento, esquecemos, mas se for viável, quero pelo menos considerar a possibilidade.

Uma das grandes dificuldades é que as pessoas referem-se às mesmas regiões por nomes diferentes, então fica ainda mais complicado identificá-las. Vocês já decidiram em que bairro morar na cidade escolhida?

Mais fotos do Canadá









Monday, August 27, 2007

Eu confesso...

... estou sem idéias para escrever. Isso porque os melhores posts são aqueles relatos informativos, em que escrevemos sobre algo que fizemos e outros, provavelmente, passarão por situação semelhante.

Só que a essa altura do campeonato, o que pude contribuir com a minha experiência, já fiz. Já escrevi sobre o que aconteceu no nosso processo até agora. No momento, estamos esperando, esperando e esperando.

Enfim, dei uma olhada nos sites de notícias canadenses e não encontrei nada que me animasse a escrever. Destaco apenas um mapa que colocaram na CBC News dos homicídios ocorridos este ano em Toronto. Acho que é bom ter esse tipo de informação, já que nós teremos que escolher em que bairro morar. Aliás, isso é uma coisa que pretendemos explorar muito na nossa viagem de janeiro. Conhecer as redondezas das estações de metrõ e tentar selecionar as nossas preferidas.

Quanto aos crimes em Toronto, uma coisa que conforta é que, ao que parece, a maioria deles ocorre com alguém que já está envolvido com alguma coisa. Ainda que não seja mesmo uma gangue, costuma ocorrer com pessoas que se envolveram em brigas, que fizeram alguma aposta, que têm algum envolvimento com drogas, enfim, gente que já sabe com quem está se metendo. Acho que o comum dos mortais, que segue sua vida dentro dos trilhos, está bem seguro por lá.

Wednesday, August 22, 2007

Viagem de Prospecção em Janeiro

Eu já devo ter comentado aqui que nós estamos planejando uma viagem para janeiro de 2008, a fim de resolvermos algumas coisas práticas e conhecermos o famoso frio canadense. Daí, estamos agora procurando passagens e hospedagem. Passagem não tem muito jeito, está em torno de 1000 dólares americanos, mais as taxas.

Já a hospedagem... Achei um Travelodge em North york (sim, só vamos para Toronto...) com o preço bem bom (60 CAD/noite), mas o namorido viu no mapa que é meio longe de tudo, principalmente do metrô. Então, está fora de cogitação. A questão é que para ficar até 7 dias, qualquer hotel que tenha diária a 100 dólares está bom, mas nós vamos ficar 3 semanas. Dei uma olhada em homestay, cujos valores são bem mais baixos, e cheguei a encontrar um hotel por CAD 575 por semana, mas agora comecei a cogitar a possibilidade de tentar alugar mesmo um apartamento mobiliado, o que saíria por uns CAD 800 para todo o período. Nós gostamos muito de B&B, mas estou achando todos muito caros.

A dúvida é: será que dá pra fazer isso? Alugar por apenas três semanas um apartamento que escolheremos pela internet? E alguém alugaria um apartamento sem ter referências dos inquilinos? Enfim, sugestões são bem vindas!

Road trip de Vancouver a Calgary, passando pela Icefields Parkway

Testando os mapas embedded do Google Maps, aqui está o roteiro da primeira metade de nossa viagem de carro pelo Canadá, em Agosto do ano passado. O relato completo da viagem está no blog antigo, Maple Trip.


View Larger Map

Tuesday, August 21, 2007

Direito no Canadá e o que eu quero ser quando crescer.

Para quem não sabe, eu sou recém-formada em Direito e como todos que pretendem imigrar, muito me preocupo com um futuro trabalho no Canadá. Para muitos, isso depende apenas de conseguir um emprego, para outros, depende de fazer uma validação de diploma e, ainda, alguns precisam fazer umas disciplinas para adequar o conhecimento.

No caso do Direito, o buraco é bem mais embaixo. Por alto, o que aprendemos no Brasil é o Direito Civil e, no Canadá, com exceção de Quebec, eles usam o Common Law. Ou seja, toda a estruturação da Justiça é diferente e, mesmo que conseguíssemos usar nosso diploma, ficaríamos batendo cabeça por lá. O resultado é que nem adianta tentar aproveitar nada, pois tal processo seria cansativo, demorado, caro e, no final das contas, não valeria nada. Mesmo para quem vai para Quebec, tenho minhas dúvidas se vale o esforço, já que a pessoa acaba tendo que estudar mais uns dois anos para poder advogar na província e acaba sem ter um diploma canadense genuíno.

Na minha opinião, o melhor mesmo é se conformar e voltar pra faculdade. O caminho é longo e difícil, mas a satisfação pessoal (para quem gosta do Direito) e os salários no final valem a pena. Fora que ter um diploma de uma universidade canadense deve facilitar muito sua a colocação no mercado de trabalho, afinal, as empresas terão referências da sua universidade e têm noção do que você aprendeu.

De maneira geral, é preciso fazer a faculdade, o que leva 3 anos em período integral, e depois aplicar para o BAR. Antes de fazer a prova, será preciso estagiar e fazer um curso (isso mudo de província para província) para, enfim, ser “chamado” para o BAR. Daí, é só passar e colher os louros do sucesso!

O “detalhe” disso tudo é que precisamos trabalhar, afinal, quem vai bancar a faculdade (que pode variar de 6000 a 20000 dólares canadenses por ano), os livros e sua subsistência? Fora isso, pessoalmente, eu não vejo a hora de ter um filho e engrenar numa faculdade seria adiar em pelo menos 4 ano esse projeto, o que, definitivamente, não quero.

Daí, o que tenho encontrado como solução, de novo com a ajuda de uma amiga muito legal que mora em Toronto, é atuar como Law Clerk (assistente de advogado) até que as coisas se estabilizem e eu possa fazer uma faculdade em meio período e dar conta do restante da vida. O salário é bastante razoável, ficando numa média de 50K/ano, em Toronto. Ainda estou estudando o assunto, mas, pelo que vi, não se trata de uma profissão regulamentada, já que é possível trabalhar nisso sem ter qualquer registro. No entanto, existe, em Ontário, o Instituto de Law Clerks (ILCO) que eu vejo mais como uma espécie de sindicato. Vários colleges oferecem o curso regulado pelo instituto (com duração de um ano para quem já é formado) que prepara o aluno para prestar suas provas, a fim de se tornar membro. Fazer parte do ILCO deve qualificar o candidato na briga por uma vaga.

Outra opção é ser “legal secretary”, o que não se confunde com Law Clerk ou Paralegal. Até agora não encontrei maiores informações sobre isso, mas também tem curso para a profissão.

No final das contas, o que eu preciso mesmo é de um bom trabalho de orientação vocacional para decidir o que eu quero ser quando crescer, lá no Canadá. A verdade é que depois de 6 anos de faculdade de Direito, ainda não me encontrei nesse caminho. Já que eu vou ter que começar do zero, sempre me pergunto se vale a pena insistir nele ou se o melhor é mudar tudo!

No futuro, escreverei com mais detalhes sobre a faculdade de Direito lá e as profissões de Law Clerk/Paralegal, mas é que esses posts mais informativos tomam um tempo enorme e eu estou muito ocupada esses dias.

Thursday, August 16, 2007

Toronto mal das pernas

Toronto é a maior cidade do Canadá, e, apesar disso, vem enfrentando uma grande crise econômica. Isso porque faltam 575 milhões de dólares (sempre canadenses) para dar conta do orçamento do ano que vem. Para tentar fechar esse rombo, a prefeitura liberou, ontem, uma lista dos cortes que serão feitos.

Eu estava ansiosamente esperando por essa lista, pois há alguns dias li uma reportagem em que ameaçavam fechar uma linha inteira do metrô (Sheppard). Agora, imagine só você ter acabado de comprar um apartamento ao lado de uma estação dessa linha e, de repente, não poder contar mais com ela. Fiquei pensando que tipo de governo faria isso a seus cidadãos e revendo a imagem que tenho não só da cidade, mas do país. No final das contas, a linha do metrô se salvou.

Enfim, a lista foi liberada e pode ser vista na reportagem do The Star. Pelo texto da notícia, o pessoal não gostou nem um pouco disso, já que eles temem que a cidade perca muito mais do que pode com todos esses cortes. E quais são eles? Vários, nos mais diversos níveis, por exemplo:

- Diminuir a frequência de diversos serviços, tais como o carrinho que aspira as ruas, recolhimento de lixo, limpeza das ruas e parques, retirada de neve (até o último inverno, recolhiam a neve das ruas sempre que chegava a uma altura de 8 cm, a partir do próximo isso só será feito quando chegar a 15 cm), etc.
- Não será feita mais qualquer contratação pelo governo e vão diminuir o pessoal já contratado.
- As bibliotecas não abrirão mais aos domingos, nem os centros comunitários, às segundas.

A lista é longa e, pra dizer a verdade, assustadora. Se fosse no Brasil, meu maior medo seria de os serviços não voltarem ao normal depois de o orçamento ficar no azul novamente. Como futura imigrante no Canadá, ver essa situação me faz ter receio de ir para Toronto, uma vez que é difícil prever se isso é o início de uma recuperação ou de uma ladeira pra baixo.

Ah, sim, e tudo isso está acontecendo em plena campanha eleitoral, já que ano que vem tem eleição por lá. Ou seja, nem a preocupação com os votos fez com que esses cortes fossem evitados, o que só dmeonstra a gravidade da situação.

Wednesday, August 15, 2007

Meu mundo caiu...

Gente, meu mundo caiu agora de manhã quando recebi a resposta de um e-mail que enviei ontem. Não comentei nada sobre o e-mail aqui antes porque pensei em arrumar tudo e depois já relatar toda a experiência, o que não vai acontecer. Então, vamos lá.

Eu acabei de me formar em Direito e, como vocês já devem saber, esse meu diploma não servirá pra nada lá no Canadá. Daí, tem uns meses, que eu consegui um contato com uma professora lá da faculdade que imigrou pro Canadá e ela, sempre super solícita, com a maior paciência, me indicou a fazer um curso de Law Clerk, pois é rápido, mais barato que a faculdade e o salário é bem razoável (por volta de 50k/ano, em Toronto).

Depois de um tempo estudando essa possibilidade e digerindo a idéia, resolvi ver o que posso fazer daqui do Brasil pra adiantar minha vida como Law Clerk no Canadá. Daí, na página do ILCO (Instituto de Law Clerks da Província de Ontário), descobri que alguns colleges oferecem o curso a distância. No final de semana, selecionei quatro deles para mandar um e-mail e perguntar se teria algum problema não fazer as provas aplicadas pelo ILCO no final de cada semestre.

Eu já sabia que eram quatro matérias oferecidas e que, no curso a distância, eles recomendam que você faça uma por vez. O preço variava por perto dos CAD 500,00 para cada disciplina, a não ser em um dos colleges que chegava a absurdos CAD 700,00.

Pois bem, já estava pronta para me matricular e começar meus estudos em setembro. Eis que recebo a primeira resposta dos quatro e-mails que enviei ontem: não há problema algum, mas o preço é mais alto para estudantes internacionais. Mais alto quer dizer quatro vezes mais. Isso mesmo, se você não é residente permanente, nem canadense, cada disciplina sai por uma pechincha aproximada de CAD 2.000,00. Que tal?

E todos os meus planos foram por água abaixo. Agora, então, acho que vou tentar comprar um dos livros que eles usam na aula só para me familiarizar um pouco com os procedimentos. Pelo menos agora eu tenho uma boa justificativa para sossegar e esperar as coisas acontecerem, uma de cada vez. E espera.

Reportagens sobre o Canadá

Sei que já tem tempo, mas é só para deixar registrado por aqui também. Semana passada, a Record fez uma série de reportagens sobre nosso futuro país e a Andréa, do Picolé Carioca, colocou todos os vídeos lá no blog.

A primeira reportagem da série foi sobre segurança pública; a segunda, sobre qualidade de vida. Só nessas duas, já é tudo o que a gente está buscando lá. A terceira falou dos estudantes que estão indo fazer intercâmbio e a quarta foi sobre multicultaralismo. Ainda teve uma sobre a cidade subterrânea de Montreal e a última sobre os artistas brasileiros que estão por lá.

Outra dica legal é ficar de olho no blog do Gean porque ele está postando os vídeos aos poucos e fazendo os comentários de quem já vive lá há alguns anos. Faz a maior diferença saber o que é real e o que não é tão real assim.

Sunday, August 12, 2007

Canadian Way of Life (CWL): lava-louças para melhorar a vida sexual.

A partir de hoje, este blog inaugura a seção CWL, Canadian Way of Life, sempre que for tratar da rotina do canadense, daquelas coisas que fazem parte do dia a dia. Para a estréia, uso uma coluna que li essa semana no The Globe and Mail, que tratava do efeito que a divisão (ou a falta dela) das tarefas domésticas entre os parceiros tem sobre a saúde do casamento (ou união estável, claro!).

O que isso tem a ver? Tem a ver que várias pesquisas já chegaram a conclusão que sobrecarregar, por exemplo, a mulher nas tarefas de casa, sem que o marido sequer valorize o trabalho que ela desempenha todo dia é tiro e queda para afundar um casamento. Nossa realidade brasileira, pelo menos a partir da classe média, é ter sempre uma empregada doméstica ajudando nisso. Só que no Canadá uma empregada doméstica é um luxo que pouquíssimas pessoas podem bancar.

That housework and sex are linked is not a new idea. It's in the realm of conventional wisdom that a woman's anger or resentment over her unfair share of household duties can undermine intimacy with her mate.


Ou seja, deixar o trabalho é apenas uma parte do dia, que dá lugar ao trabalho em casa, de lavar louça, limpar a roupa, arrumar a casa. Daí, a autora da coluna sugere que você compre uma máquina de lavar-louças como forma de investir no seu casamento e, no futuro, economizar em terapia de casal!

The lowest divorce rate was among couples in which the wife felt the division of tasks inside the home was unfair to her and the husband felt that the division of household tasks was unfair to her, too. If both partners felt that the wife was getting the short end of the stick, the marriage was more likely to be happy.


Então, já está acrescentado aqui na lista: máquina de lavar-louças - item de primeira necessidade. Enquanto o namorido muito se preocupa com esse aspecto da nossa futura nova vida, eu não vejo a hora de não ter que lidar com outra pessoa em casa. Tudo bem que a moça que trabalha aqui em casa, duas vezes por semana, ajuda muito e é ótimo ver a louça lavada "como mágica", mas detesto não encontrar minhas minhas coisas (às vezes, ela chega ao cúmulo de "guardar" alguns objetos em cima do armário!) ou descobrir, na hora de sair, que uma das minhas blusas preferidas está com o furo porque foi queimada na hora de passar.

Enfim, gostando ou não, é uma realidade que teremos de enfrentar e a qual, como todos, iremos nos adaptar. Para isso, aliás, dizem que eles são especialistas, pois o produtos de limpeza são excelentes e diminuem muito o esforço na hora de cuidar da casa. Não vejo a hora de experiementar!

O primeiro encontro a gente nunca esquece...

Aconteceu ontem o encontro que a Andréa, do Picolé Carioca, e eu organizamos com o pessoal do Rio que está passando ou pretende passar pelo processo de imigração federal.

Eu adorei!!! Tudo bem que o dono do lugar estava doido pra poder expulsar a gente (pelo visto não somos só nós que não bebemos vinho!), mas acabou sendo tranquilo e deu pra conversar bem. A aparição inesperada do chefe da Andréa foi tudo de bom! (Andréa, agradeça a ele toda a paciência em responder nossas perguntas!)

Foi muito legal conhecer algumas pessoas por trás de alguns blogs e outras que só se manifestam nos comentários. Nice to meet you all, guys!

O próximo encontro será na Barra, para o pessoal que teve que se despencar ontem!

Friday, August 10, 2007

Mais um ponto para Vancouver na corrida

Divulgaram as taxas de desemprego do mês de julho das províncias canadenses. A média nacional chegou a 6%, caindo 0,1% em relação a junho, o que significa o menor patamar desde 1974, segundo outra reportagem do The Star. É claro que Alberta continua na liderança com a menor taxa de desemprego, mas Ontário vem apresentando aumento na sua.

Olha só a lista:

Provincial jobless rates (Previous month in brackets)
- Taxas de desemprego das províncias (Mês anterior entre parênteses) -

  • Newfoundland 13.6 (13.1)
  • Edward Island 10.5 (10.5)
  • Nova Scotia 8.8 (8.1)
  • New Brunswick 7.2 (6.8)
  • Quebec 6.9 (6.9)
  • Ontario 6.6 (6.5)
  • Manitoba 4.2 (4.6)
  • Saskatchewan 4.8 (4.4)
  • Alberta 3.3 (3.8)
  • British Columbia 4.1 (4.4)
Não é por nada, não, mas Vancouver sai na frente, mesmo com essa impressão que nós temos de quem em Vancouver a oferta é menor. Que seja, mas a concorrência também é.

Canadá: um país verde.

Parece que todo o mundo está se preocupando com o tal do aquecimento global. O Canadá, talvez por estar preocupado com seus pobres ursos polares, está preocupado com o meio ambiente não é de hoje.

A mentalidade do canadense está voltada para a interação responsável das pessoas com a natureza. Ao longo das vias que atravessam os parques na região das Montanhas Rochosas, vários centros de informações insistem em ensinar como interagir com a vida selvagem. É comum encontrar parques e mais parques nas cidades canadenses, ou mesmo jardins "indoor", como o Devonian Gardens, em Calgary.

Antes de imprimir um documento, o canadense pensa nas árvores que servem de matéria prima para o papel. Reciclagem é comum nas residências e centros comerciais. E o governo, como não poderia deixar de ser, está sempre adotando medidas para garantir um ambiente cada vez mais saudável.

Ontem, no The Star, foi divulgado um projeto da província de Ontário que pretende incentivar as vendas dos carros "verdes", como o Prius, o famoso carro híbrido. Medidas que farão a pessoa comprar o carro não apenas por estar preocupado com o meio ambiente (eu compraria, mas muita gente está mais preocupada com a própria vida), mas por querer usufruir das vantagens. E quais são elas? Os carros ecológicos receberão uma licença especial e uma placa verde, que permitirá ao motorista trafegar na via destinada apenas aqueles veículos com mais de uma pessoa, mesmo que esteja sozinho e, ainda, há previsão de estacionamento gratuito para eles. E isso já deve estar funcionando antes de julho de 2008! O governo de Ontário ainda vai investir 15 milhões de dólares para ajudar as empresas a se converterem à tecnologias mais ecológicas.

O namorido é que vai adorar essa notícia e ainda vai acrescentar mais esse ponto na lista de prós de Toronto, já que há meses fala que teremos um Prius no Canadá. E aumenta a torcida para a cidade...

Enquanto isso...

Eu não podia deixar de fazer esse registro. Acabo de ler outra matéria sobre as placas verdes. Parece que pelo menos três estados americanos usam a placa verde para identificar carros de pessoas que foram condenadas por crimes sexuais e pedófilos. Agora, por que escolher verde como cor para identificar essas pessoas? Verde é "siga em frente" e não é bem por aí quando se está diante dessas pessoas.

Enfim, ao saberem das idéias de Ontário, algumas pessoas ficaram preocupadas com a possibilidade de canadenses com a placa verde fazerem uma viagem aos EUA e serem confundidos com os outros. O governo de Ontário garante que não desistirá da idéia e que fará a placa da província bem diferente da americana, para que essa confusão não ocorra.

E os desavisados ainda dizem que Canadá e EUA são a mesma coisa! Tsc, tsc.

Thursday, August 9, 2007

Sistema de saúde canadense: uma "tip" para ser melhor atendido.

O sistema de saúde canadense assusta muita gente que está pensando em imigrar pro Canadá. Confesso que também já fiquei bastante preocupada com o tema, mas depois de ler algunas relatos me tranquilizei bastante. Ainda assim, planejo manter meu plano de saúde brasileiro para poder visitar meus médicos quando vier ao Brasil (Ok, sei que essa idéia pode nunca dar certo na realidade... mas fazemos nossos planos, se eles serão concretizados ou não são outros 500, certo?).

Para quem está cainde de pára-quedas na discussão, informo que todo o sistema de saúde canadense é público, a não ser para algumas brechas que vêm sendo abertas na província de Quebec, mas que pouco sei sobre o assunto. A regra é: não importa quão rico ou quão pobre você seja, o atendimento médico recebido será o mesmo.

Comparando ao Brasil, dizem que, em relação ao nosso SUS, o sistema canadense é uma maravilha, mas deixa muito a desejar se considerarmos o sistema de saúde privado brasileiro. Sinceramente, considero isso muito legal, já que, quando se pensa em Estado (governo), é importante garantir saúde aos cidadãos. E isso é garantido por lá. Já por aqui...

Uma das maiores críticas feitas ao sistema canadense é a demora pelo atendimento, seja na espera num hospital, seja na fila para uma consulta com um especialista ou para uma cirurgia "eletiva" (considerando todas aquelas que não são emergenciais). É possível esperar horas no hospital por um simples atendimento, mas todos concordam que, se o caso for grave, você será atendido imediatamente. E aí, será bem atendido.

Por tudo que já li, percebo que muitas vezes o que ocorre é um erro na atitude do próprio doente. Isso porque as emergências dos hospitais existem para situações realmente urgentes. Só que algumas pessoas procuram hospitais para resolver problemas que um médico de família ou uma clínica poderiam resolver, aumentando a espera para quem está numa situação pior. Lembro de ter lido também sobre um atendimento telefônico, através do qual as pessoas podem resolver problemas simples de saúde. Preciso ler mais sobre isso.

A Saúde lá funciona assim: você procura seu médico de família (se você tem a sorte de ter um), que é um clínico geral, e relata seu problema. Ele fará uma avaliação e, se for o caso, encaminhará você para um especialista. Com esse encaminhamento, você pode marcar com o outro médico uma consulta. Se você não tem um clínico geral, você deve ir a uma clínica para ser atendido por um e, daí, o procedimento será o mesmo, sendo feito o encaminhamento necessário.

Se pensarmos bem, é uma solução muito mais razoável do que a que temos por aqui. O organismo depende de todos os seus órgãos e funções para funcionar bem. A falha de uma parte prejudica o funcionamento de outro e tudo pode desandar. Não somos nós, leigos em Medicina, que devemos tentar adivinhar se nosso problema é no estômago ou no fígado; na coluna ou nos rins! E, convenhamos, os especialistas estão cada vez mais especializados e só tratam do problema que entendem, muitas vezes prejudicando o funcionamento de outros órgãos.

Enfim, tudo isso para dizer que, hoje, li uma reportagem no The Star que trata justamente da idéia de privatizar, quer dizer, de se permitir o sistema de saúde privado no Canadá. O autor fala que não é justo obrigar os ricos ao atendimento "precário" dos hospitais públicos e argumenta que, se eles pudessem pagar para serem atendidos com mais luxo, desafogaria o sistema público, melhorando a situação para todo mundo. O título da notícia é "A tip for getting better medical care" e, quando fui ler, imaginei que seria uma dica para ter melhor atendimento médico, quando, na verdade, num jogo de palavras, o autor se referia a dar uma gorjeta para ser melhor atendido.

The ideal solution to this debate is a third tier, one that combines the best of the other two: medicare plus a little cash or, as I think of it, tipping.

I use a sliding scale: A five-spot if all I have to do is stick out my tongue and say "Ahhh." For big jobs that I assume are almost as unpleasant for the doctor as for me, I leave him a nice, crisp $20.

That's all any of us really want, isn't it? To know we're appreciated. Why should doctors be any different? Mine is always extremely grateful. "Come back soon," he says.


Isso aí, ele defende que o paciente deve dar uma gorjeta ao médico pelo atendimento (quanto mais trabalhoso o "serviço", maior a gorjeta), fazendo com que a situação melhore, pois o doutor ficará mais feliz e atenderá ao generoso paciente com mais carinho. Deve funcionar mesmo, mas já não seria uma forma de começar a privatizar?

Cresce o acesso à internet no Canadá

Apesar da condição de co-proprietário do blog, este é meu primeiro post por aqui. E não será sobre o processo de imigração, pois a expert nisso é a Camila, mas sobre Internet, que é a minha área. No Canadá, naturalmente, ou não faria sentido estar aqui :-)

De acordo com o oitavo relatório anual da Canadian Radio-television and Telecommunications Comission (CRTC), divulgado no final de julho, o uso de internet está crescendo em nosso futuro país. Em 2006, 70% das residências canadenses tinham acesso a internet. Isso é 6% a mais que em 2005 e representa a transposição do marco simbólico de 2/3 dos domicílios.

E mais: 60% das casas têm acesso em banda larga, 22% dos canadenses ouvem rádio pela internet e 6%, assistem TV. Mas internet em casa não é suficiente para os canadenses, já que 58% deles acessam também pelo celular. Por fim, para quem trabalha na área, a melhor notícia é que o investimento em publicidade online praticamente dobrou no último ano, passando de $562 milhões para um bilhão!

Via Cyberjournalists.net

Wednesday, August 8, 2007

Prós e contras: Calgary

No post que fiz com os prós e contras de Vancouver e Toronto, pediram, nos comentários, que eu fizesse uma lista dessas para Calgary. Comecei a fazer minha própria listinha, mas, hoje, encontrei no blog da Pati e do Manoel, Vivendo em Calgary, um post com a carta escrita pela Associação Comunitária Brasileira de Alberta, repleta de informações sobre Calgary.

A tal carta tem muita informação pra quem pensa em imigrar para a cidade, muitos links interessantes e importantes. Aqui, no entanto, vou me limitar a destacar pontos para a listinha, mesclando partes da carta com meus próprios pontos.

Prós:
- Boom econômico: muita oferta de emprego e enriquecimento da província. alberta é a província mais rica do Canadá.
Alberta é a única província do Canadá que não tem imposto local sobre vendas e serviços. Este imposto – equivalente ao ICMS no Brasil – pode variar de 7 % a 11% em outras províncias.
- A cidade também (como Toronto) está preparada para o inverno, com passarelas interligando os principais prédios do centro.
O inverno em Calgary tem uns períodos de descanso com a vinda de um vento quente chamado Chinook que pode elevar a temperatura de -10 C a 10 C em poucas horas. No entanto existe uma enxaqueca que alguns atribuem a este vento ou à mudanca abrupta de temperatura.
Em Alberta faz muito sol, principalmente na região dos Foothills onde se econtra Calgary. Assim, mesmo nos dias de inverno bem frios, não se sofre com aqueles deprimentes dias cinzentos.

- Fica perto da região das Montanhas Rochosas (Banff, Lake Louise, Jasper, etc.), que é lindíssima.
O currículo escolar de Alberta inclui no segundo grau um capítulo de estudo do Brasil. No entanto, esta situação deve mudar daqui a alguns anos quando parece que vai ser substituido pelo estudo da China.
- Alguns pontos muito interessantes, como o parque da cidade, o Devonian Garden e Chinatown, além do zoológico.

Contras:

- É frio, bem frio, mais frio que Toronto.
O inverno por aqui dura 6 meses, e pelo menos durante uma semana a temperatura cai para -40 C.
o auge do inverno, o sol nasce às 8:30 e se põe à 16:30. Em compensação, no verão tem-se luz do dia desde as 4:30 da manhã até as 23:00.

- Devido ao boom econômico, está ocorrendo um boom imobiliário, elevando os preços dos imóveis a um patamar além da realidade.

- Pessoalmente, senti um "clima" muito industrial na cidade.

- Posso estar enganada, mas a cidade não me pareceu ter muitas opções de lazer.

- Pelo menos nos dias que estivemos lá, em julho de 2006, era só começar a escurecer que os mosquitos atacavam!

- Como em Vancouver, também não tem como fugir de uma escala até chegar lá, seja em Toronto ou em alguma cidade dos EUA.

Escolhendo pelo clima.

Uma das coisas que mais preocupam as pessoas na hora de imigrar pro Canadá é o clima. Confesso que me assusto com temperatura super negativa e mesmo com a quantidade de chuva que dizem ter em Vancouver. Então, fiz uma super tabela com as médias de temperaturas mínimas, máximas e precipitação das cidades que cogitamos ir: Toronto, Vancouver, Calgary e Ottawa. Acrescentei o Rio só para ter uma base de comparação, já que é o clima que conheço e ao qual estou acostumada. A tabela completa está no final do post, já que ficou bem grandinha. Abaixo, a tabela com as médias anuais.



Temp. Média

Mínima

Temp. Média

Máxima

Precipitação

média/mês

Médias

Rio de Janeiro

21

27

97,92 (Total: 1175,1)

Vancouver

6

13

97,12 (Total: 1165,5)

Toronto

1,6

11

64,97 (Total: 779,7)

Calgary

-2,5

11

33,44 (Total: 401,3)

Ottawa

1

10

72,52 (Total: 870)



Com isso, fiz algumas descobertas:
  • É possível que não chova tanto assim em Vancouver, já que, por esse número, chove mais aqui no Rio do que por lá. É claro que pode chover mais dias lá e termos mais tempestades por aqui, mas a quantidade de água é praticamente a mesma.
  • Calgary é bem mais frio do que eu imaginava e chove bem pouco por lá.
  • Toronto não é tão frio quanto eu imaginava, tendo temperaturas negativas bem mais razoáveis do que a média de -16ºC de um mês de Calgary.
  • Ottawa é bem frio e chove pouco, parecido com Calgary.
  • Vancouver é bem menos quente do que eu pensava, tendo uma temperatura mais estável ao longo do ano. Nem tão frio no inverno, nem tão quente no verão.



Temp. Mínima

Temp. Máxima

Precipitação

Janeiro

Rio de Janeiro

23

29

114,3

Vancouver

0

6

149,9

Toronto

-11

-3

45,7

Calgary

-16

-3

12,7

Ottawa

-16

-7

50,8

Fevereiro

Rio de Janeiro

23

30

104,1

Vancouver

1

8

124,5

Toronto

-11

-2

45,7

Calgary

-12

-1

10,2

Ottawa

-14

-5

50,8

Março

Rio de Janeiro

23

29

104,1

Vancouver

2

9

109,2

Toronto

-6

3

55,9

Calgary

-8

3

15,2

Ottawa

-7

2

55,9

Abril

Rio de Janeiro

22

28

137,2

Vancouver

4

12

76,2

Toronto

1

11

63,5

Calgary

-2

11

25,4

Ottawa

1

11

66

Maio

Rio de Janeiro

21

27

86,4

Vancouver

8

16

61

Toronto

6

18

66

Calgary

3

17

53,3

Ottawa

7

18

76,2

Junho

Rio de Janeiro

19

25

81,3

Vancouver

11

19

45,2

Toronto

11

23

68,6

Calgary

7

21

76,2

Ottawa

12

23

83,8

Julho

Rio de Janeiro

18

26

55,9

Vancouver

12

22

35,6

Toronto

14

27

76,2

Calgary

9

23

71,1

Ottawa

15

26

85,4

Agosto

Rio de Janeiro

19

26

50,8

Vancouver

13

22

38,1

Toronto

13

25

83,8

Calgary

9

23

48,3

Ottawa

14

24

88,9

Setembro

Rio de Janeiro

19

25

85,4

Vancouver

10

18

63,5

Toronto

9

21

73,7

Calgary

4

17

48,3

Ottawa

9

19

83,8

Outubro

Rio de Janeiro

20

26

88,9

Vancouver

6

13

114,3

Toronto

3

4

63,5

Calgary

-1

13

15,2

Ottawa

3

13

73,7

Novembro

Rio de Janeiro

22

27

96,5

Vancouver

3

9

170,2

Toronto

-1

7

71,1

Calgary

-9

3

12,7

Ottawa

-2

4

81,3

Dezembro

Rio de Janeiro

22

29

170,2

Vancouver

1

6

177,8

Toronto

-8

-1

66

Calgary

-14

-2

12,7

Ottawa

-11

-4

73,7

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