Friday, March 14, 2008

Série Coisas Que Eu Não Sentirei Saudade

O marido, ontem, teve que ir a uma reunião em São Paulo e tinha o vôo de volta (Congonhas-Santos Dummont) marcado para às 20:30. Quando ele chegou para fazer o check-in já avisaram que o vôo estava atrasado, sem previsão. Às 21:30, ele me liga para dizer que estava entrando no avião. Eu até cheguei a dizer que estava chovendo muito por aqui, mas ele disse que parecia que o tráfego aéreo estava normal, já que os aviões estavam saindo.

Eu que me preocupo com tudo, sempre, desde a hora que cheguei em casa fiquei me ocupando com coisas diversas. Ficava repetindo: "não se preocupa, não se preocupa, se ocupa"! Assisti a um filme inteirinho, li e-mails, li blogs, pesquisei sobre Halifax, fofoquei no Orkut e nos fotologs, assisti ao Big Brother (argh!), fiz um jantar de verdade. E no final disso tudo, nada do marido dar sinal de vida. Já eram 23:30 e eu resolvi dar uma olhada no site da Infraero para acompanhar os vôos chegando no aeroporto. Aparecia a lista dos vôos chegando, sempre com um aviso de "previsto", "atrasado" ou "confirmado". E o vôo do marido, adivinhem! "Procure a cia aérea". Quem acompanhou os últimos desastres aéreos aqui no Brasil deve se lembrar que esse é exatamente o aviso dado quando algo de errado está acontecendo.

E o mantra na minha cabeça se repetindo. Entrei em mais alguns sites, ficava dando "atualizar" no site da Infraero, mas vocês devem ter idéia de como o tempo demora a passar numa situação dessas. Acabei resolvendo ligar para o balcão da Gol no aeroporto. Não atendia!!! Liguei para o balcão de informações da Infraero no aeroporto:

- Oi, eu gostaria de saber informações sobre o vôo Gol 1544, por favor.
- Só um minuto. (...) Está pedindo para procurar a companhia aérea, senhora.
- Pois é, eu já liguei, mas ninguém atende lá na Gol.
- Ah... é que a essa hora eles ficam só esperando o último vôo pousar para ir embora.
- Tá, e como eu faço para saber do vôo?
- Tem que esperar.
- (!!!) Tá... Mas o aeroporto aí está aberto para aterrissagens (é assim que escreve?)?
- Olha, eu não sei, não, senhora. Deve estar, sim, mas se bem que está chovendo muito agora, né?
- Como você não sabe disso? Como eu faço pra saber?
- A senhora tem que esperar pra ver se ele chega.
(!!!)

Tudo bem, né? O funcionário da Infraero no aeroporto não é obrigado a saber esse tipo de informação irrelevante, certo? O desespero foi aumentando por perceber que, na verdade, não sabiam do avião. Insisti mais umas tantas vezes no balcão da Gol e na central de atendimento ao cliente deles e, claro, não consigo falar com uma alma sequer. Acabei resolvendo ligar para a Central de Vendas (essa eles sempre atendem!) da Gol.

Primeiro, o rapaz disse que não tinha esse tipo de informação. Dei meu primeiro piti. Ele pediu um minuto e, em seguida, voltou dizendo que não tinha informações sobre esse vôo. Dei meu segundo piti. Depois de um tempo, ele me diz que o avião já posou fazia tempo, normalmente. Eu disse que dificilmente isso era verdade porque o Julio sempre me liga quando chega em solo pra dizer que está tudo bem. (Nesse momento eu já comecei a me preocupar mesmo, até porque, na cidade que vivemos, não é 100% seguro que você vai chegar em casa depois de pousar.) Dei meu piti número três. E aí, ele, finalmente, volta dizendo que o vôo vai pousar no Galeão em cinco minutos.

Nesse ponto eu já estava uma pilha só e, graças a Deus, imediatamente depois o Julio me liga pra dizer que tinha acabado de chegar. O lado dele da história, aliás, não é mais tranquilizador.

O piloto avisou que estava esperando um sinal da torre do Santos Dummont para poder descer. A torre dá o sinal, dizendo que tem condição de aterrisagem, o piloto começa o procedimento e, no meio do caminho, vê que não tem condições e volta a acelerar para retomar o vôo. Aguarda novo sinal, e, quando ele vem, a cena se repete, com o piloto fazendo uma super curva pra esquerda no momento que volta a acelerar. Depois, ele informa aos passageiros que vão ficar aguardando orientação quanto a pousar no Galeão ou não. Em último caso, diz ele, voltamos para Guarulhos. Finalmente autorizam o pouso no Galeão e meu maridinho chega a salvo.

Minha grande questão é: como a companhia aérea e a Infraero ficam sem notícia de um avião??? Como a torre de controle de um aeroporto não sabe avaliar se tem ou não condição de pouso?? Foi uma noite angustiante! Ainda bem que teve final feliz!

Para os que comentaram e se sensibilizaram com o que aconteceu ao casal que trabalhava aqui comigo, sinto informar que ela faleceu hoje pela manhã. Do jeito que estava, acho que foi melhor assim. A fragilidade da vida sempre me choca. :/

Thursday, March 13, 2008

O processo andou? - Parte II

Vocês viram que ontem eu fiquei em dúvida sobre como preencher o formulário Schedule 1 que eles pediram novamente, né? Eis o e-mail que enviamos e a resposta da Maria João:

Uma dúvida quanto a este ponto:

2- IMM0008 Schedule 1 - Background / Declaration (para o sr. e sua
esposa) - não esquecer de mencionar na questão 15 quando esteve no
Canadá mesmo que tenha sido por curto tempo)

Passamos menos de um mês no Canadá, em viagem turística. Para conhecer várias cidades, alugamos um carro e nos hospedamos em uns 10 bed&breakfasts diferentes durante a viagem. Devemos informar todos esses endereços?

E a resposta:

 Não coloque somente a data e o país Canadá.

Ou seja, se você esteve no Canadá depois de completar 18 anos, você deve incluir esse período na questão 15 do IMM0008 Schedule 1. E se você ficou em diversos lugares, pela resposta da Maria João (e colocando uma vírgula depois do "não"), não precisa mencionar todos os endereços, apenas o período. Só que eu tinha que preencher os formulários todos ontem à noite para o marido assinar e eu colocar nos Correios hoje. Eu não sabia o que ela ia responder, então acabei fazendo duas versões. Uma sem incluir o período de férias no Canadá (que foi devidamente jogada no lixo) e outra incluindo o período e fazendo referência a um anexo em que eu coloquei TODOS os endereços onde ficamos. Foram quinze! Daí, ela respondeu que não precisava, mas, como eu já tinha feito, enviei tudo e pronto. O pior que pode acontecer é eles ignorarem o anexo.

Agora a bola está no campo deles de novo. É sentar e esperar mais um pouco.

Eu nem falei de como foi o momento em que li o e-mail ontem. Quem recebeu a mensagem foi o marido, já que ele é o aplicante principal. Daí, ele me ligou e perguntou se eu estava em frente ao computador e pediu para eu ver o e-mail que ele tinha acabado de me mandar. Nossa!!! Quando eu vi que era um e-mail do Consulado já fiquei feliz da vida, nem me continha direito e falei pro marido: "Nossa!!! Depois que eles pedem os exames você sabe em quanto tempo o visto vem???". E daí o coitado teve que me jogar um balde água fria: "É... eles não estão pedindo os exames ainda."  E foi aí que a razão voltou ao meu ser e eu pude ver de verdade o que eu estava lendo. Bom, pelo menos agora eu sei como é emocionante receber o pedido de exames médicos. E vou viver essa alegria mais uma vez! Rs! (Só espero que o médico não me reprove por confusão mental.)

Aviso aos leitores

Esse é um post rapidinho só para dizer que, a partir de hoje, vou responder os comentários com um comentário meu, no mesmo post. Assim, todo mundo que for ler já sabe a resposta e facilita a minha vida (muito) porque o Blogger (eu disse que ainda precisa melhorar muito), quando me envia por e-mail um comentário não me informa nem o contato da pessoa.

O que eu queria mesmo era poder responder, como vejo muitos blogueiros fazerem por aí, no próprio e-mail de aviso do comentário. Eles dão "reply" e o endereço de resposta é o e-mail da pessoa que comentou. Simples e prático. Só que no Blogger não é assim e eu nem sei se dá pra mexer alguma coisa pra conseguir isso aqui. Então, enquanto continuo usando essa ferramenta, resolvi adotar o esquema de responder nos comentários.

Daí, se você deixou um comentário e está esperando uma resposta minha, dá uma olhada de novo por aqui, ok?

Vou responder os comentários e daqui a pouco escrevo sobre "as cenas do próximo capítulo" do nosso processo.

Wednesday, March 12, 2008

O processo andou?

Eu já tinha postado hoje, mas preciso registrar esse momento aqui. Esse momento e as dúvidas que vieram com ele, aliás. Acabamos de receber um e-mail do Consulado, que transcrevo integralmente abaixo:

"Sr. Julio:

Para que possamos dar continuidade ao seu pedido de residência
permanente no Canadá, precisamos que o sr. nos envie os seguintes
formulários devidamente preenchidos e atualizados:

http://www.cic.gc.ca/english/immigrate/skilled/application-regular.asp
- link dos formulários.

2- IMM0008 Schedule 1 - Background / Declaration (para o sr. e sua
esposa) - não esquecer de mencionar na questão 15 quando esteve no
Canadá mesmo que tenha sido por curto tempo)

3- IMM5406 Additional family information (para o sr. e sua esposa -
não esquecer de assinar a seção B)

4- IMM0008 Schedule 3 - Economic classes - Federal Skilled workers
(somente para o sr.)"

Eu não entendi exatamente porque temos que enviar todos os formulários novamente, mas imagino que tenha a ver com algumas mudanças que aconteceram ao longo da espera. A primeira delas é que eu me formei no ano passado. A outra foi que nos casamos. :D Ao longo dessas mudanças, eu enviei todos os comprovantes para o Consulado, mas parece que eles querem que as alterações sejam feitas nos formulários. Até aí tudo bem.

Daí, fui olhar qual é a questão 15 do Schedule 1 e eis que vejo que é aquele campo em que temos que dizer todos os lugares onde já moramos desde os 18 anos. E aí tem a recomendação da Maria João:

não esquecer de mencionar na questão 15 quando esteve no
Canadá mesmo que tenha sido por curto tempo

O que isso quer dizer? Nós temos que relacionar todos os lugares nos quais nos hospedamos durante nossa viagem ao Canadá em 2006? Será que é isso mesmo? Acho estranho, mas temo que seja isso mesmo, já que o visto de turismo canadense é, na verdade, um visto de residente temporário. Se for assim, tivemos mais de 10 casas no Canadá, em menos de um mês no país! Vai dar um trabalhão recolher todos os endereços e datas... se bem que eu devo ter isso em alguma planilha.

Vamos enviar um e-mail agora mesmo com essa questão. Tomara que ela responda logo para podermos enviar os formulários amanhã. A boa notícia é que alguém olhou o nosso processo, o que deve significar que chegou a nossa vez!

Nota pós post: o início oficial do nosso processo é 31 de outubro de 2006.


Eu amo a Google

Gostaria de agradecer a todos os comentários de ontem e esclarecer que esta blogueira é muito desligada e deixou a caixa de e-mail do blog lotar. Então, se alguém tentou me mandar um e-mail ontem, eu acabei não recebendo. Se for o caso, pode reenviar porque eu já fiz a limpa lá. Sorry!

Quando eu era pré-adolescente e no início da fase seguinte, eu não imaginava como seria minha vida sem telefone. Passava horas grudada com o aparelho no ouvido, ora falando com o namorado, ora falando com amigos. Veio a internet, ainda por dial up, e eu quase morria se não pudesse falar ao telefone nem usar a internet. Ficar sem os dois era o fim!!! Aí, a internet tomou conta da minha vida e passar um dia longe é difícil.

E, então, aparece o Google e todos os serviços que ele vem oferecendo. Cada vez mais úteis, mais abrangentes, mais necessários. Primeiro, sempre uso o São Google para resolver quase qualquer coisa. Preciso achar uma lei? Uma letra de música? Qual é mesmo o telefone daquela farmácia? Como faço pra imigrar pro Canadá? Converter medidas e moedas? Tradução de palavras? Qualquer coisa e São Google está lá para você. Hoje, eu diria que não é a internet que é imprescindível, mas o Google.

Veio o Gmail e já não lembro como era minha vida antes dele. É uma forma nova de organizar e buscar pelas suas mensagens. Um serviço gratuito com espaço quase infinito para seus e-mails. Organização dos contatos, rascunhos (que acabo usando como bloco de notas), tags, etc, etc. Ainda, consigo receber todas as minhas contas de e-mail num mesmo lugar. Gmail rules!

Há uns meses, descobri o IGoogle, que passou a ser minha página inicial. É ali que eu vejo as principais notícias do dia, acompanho meu e-mail, tenho meu bloco de notas, vejo a tirinha do Garfield, acompanho as ações e tantas outras ferramentas. Até o início dessa semana, era por ali também que eu acompanhava os tantos blogs que leio diariamente.

E, finalmente, eu resolvi ceder aos encantos do Google Reader (mas só depois de descobrir que poderia colocá-lo no meu IGoogle). Gente, tem coisa melhor??? (Tá, eu sei que mês que vem a Google vai aparecer com algum outro serviço extraordinário, mas, no momento, minha paixão é o Google Reader.) Eu devo acompanhar uns 50 blogs e, com ele, é super tranquilo. Tenho até procurado mais blogs para acrescentar à lista. Dá pra tagear os posts, sinalizar com a estrelinha, compartilhar com os amigos (no meu caso, compartilho com o marido e coloquei aí do lado também) e ainda dá pra organizar em pastas. Tem a de Toronto, Vancouver, Calgary, Edmonton, Halifax,... E quando alguém escreve um post novo, ali está no meu IGoogle, prontinho para eu ler (não estranhem se eu começar a comentar pouquíssimos minutos depois de você publicar o post, passo o dia inteiro em frente do computador no trabalho).

Eu sei que como "internética" que sou eu já deveria ter cedido ao Google Reader faz tempo, mas ainda não tinha tido paciência pra experimentar. Antes eu tivesse feito isso logo, quanta facilidade!!! Ah, sim, e isso sem contar que o Blogger, agora, é Google (mas, nesse caso, acho que eles ainda têm muito o que melhorar).

PS: Eu não trabalho pra Google e nem estou ganhando nada com isso... Se bem que se eles quiserem me arrumar um emprego lá no Canadá (e/ou pro marido), eu vestiria a camisa da empresa sem qualquer problema. :)

Tuesday, March 11, 2008

Quando a violência bate à porta

Ontem, quando cheguei aqui no trabalho me deparei com a ausência de duas pessoas. Um casal. Logo de manhã, soube o que aconteceu. Os dois eram casados e tiveram a casa invadida. Ele morreu na hora e ela está internada por conta de um tiro na cabeça e outro no pescoço. Não sabemos exatamente o que foi aconteceu. Ao que tudo indica, o filho deles mexeu com quem não devia e foi ameaçado. Daí, no final de semana, foram até a casa deles para levar o garoto e, claro, a mãe deve ter tentado intervir. O pai, ouvindo os tiros, correu para ver o que estava acontecendo e foi morto. O filho acabou escapando com um tiro de raspão.

E assim, em poucos minutos, imagino, uma família foi totalmente destruída. Tudo bem que o filho deles deve ter feito alguma besteira, mas daí a vir alguém disposto a matar todos dentro da casa? Não tenho a menor dúvida que só fazem esse tipo de coisa por aqui porque sabem que não haverá consequência. E ainda me atrevo a dizer que vão lá, fazem o que fazem, e devem voltar pra tomar um choppinho antes de ir pra casa dormir.

O que sei é que era um casal trabalhador. Estavam os dois aqui, diariamente, no horário certo, se esforçando para atender a todos da melhor forma possível. E agora, ele não volta mais e ela ainda não sabemos. Estou rezando para que aconteça o que for melhor, que, à essa altura, eu já não sei exatamente o que é.

Ah, sim. Isso sem contar um conhecido nosso que foi assaltado sábado de manhã no Parque Lage. (!!!)

E ainda nos perguntam porque queremos ir pro Canadá.

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