Friday, March 28, 2008

OFF TOPIC: Desabafo: eu odeio a Canon!!!

Queridos,

eis que esta blogueira solitária resolve se dirvertir tirando fotos, mas, ao mesmo tempo, precisa realizar seus afazeres domésticos. Resolvi fazer os dois juntos, afinal, fotografias não posadas de momentos que, normalmente, não se fotografa, podem surpreender. Pego minha câmera, uma Canon S5 IS (que comprei em novembro pra substituir a S3 Is, mais antiga), e o tripé. Quando vou programar o "intervalometer" (um modo que fotografa como se fosse um timer, mas em intervalos. Por exemplo, a câmera tira três fotos a cada 15 minutos ou uma hora), não acho o modo no menu. Vou atrás do manual, vejo o índice, dou uma folheada, nada. Pesquiso na internet e, enfim, descubro: não existe essa função na S5 IS!!!

Até aí tudo bem, poucas câmeras compactas possuem essa possibilidade, mas a S3 tinha e eu adorava!!! Foi com essa função que eu fotografei minhas orquídeas abrindo e é com ela que eu tenho várias idéias. A Canon simplesmente tira a funcionalidade da câmera sucessora, sem fazer qualquer aviso ou, sequer, incluir nas perguntas do suporte no site. Uma enganação.

Agora, aproveitando que o marido está em Seattle, quero trocar de câmera ontem! Portanto, aceito sugestões. Acho que ainda não está na hora de ter uma reflex, já que ainda tenho muito o que aprender e o marido tem uma. Eu quero uma super zoom, com uma ótima lente e que tenha intervalometer! Estou até vendo se encontro alguma assim que tenha controle remoto. Alguma indicação?

Ah, sim, claro, não pode ser Canon! Essa marca nunca mais!

Apagão pelo meio ambiente

Todo mundo já deve estar sabendo porque eu mesma já li em alguns blogs por aí, fora que agora já estão aparecendo notícias nos jornais daqui do Brasil, mas não custa reforçar. Amanhã, às 20h (horário de Brasília), acontecerá o Earth Hour, um evento organizado pela WWF, para demonstrar que não estamos satisfeitos com o que vem acontecendo em relação ao aquecimento global.

Eu estava toda animada para participar, mas daí lembrei que estarei sozinha, já que o marido viaja hoje. Ficar sozinha, sábado à noite, em casa e no escuro (sem computador!) é dose. Mas daí eu tive uma luz! (Ok, desculpa o trocadilho...) Eu já estava mesmo querendo começar a fazer o projeto 365 dias que anda na moda no Flickr. Quem adere deve tirar um auto-retrato por dia, durante 365 dias e colocar a foto lá no Flickr.

Daí, vou aproveitar essa hora de calmaria, com tudo apagado, para acender umas velas, colocar minha câmera querida no tripé, lançar mão do meu flash (ou não) e me divertir uma hora tirando foto. Quem sabe assim, dessa forma inusitada, eu tire umas fotos mais criativas, mais perto do que eu costumo ver do pessoal que já está no projeto.

Quem quiser participar do evento e mostrar pro mundo que se preocupa com o meio ambiente, pode entrar em http://www.earthhour.org/ . Tem até contagem regressiva!

Thursday, March 27, 2008

O que é segurança para um canadense

Quando estivemos no Canadá em 2006 (como o tempo passa rápido!), pudemos ter a nítida impressão de como os canadenses se sentem seguros no lugar em que estão, de uma ponta a outra do país (quer dizer, nosso ponto mais a lesta foi Montreal e exist mais país além dali). Bom, quem já assistiu ao filme Fahrenheit 9/11 teve uma idéia disso, ao ver as portas destrancadas e a tranquilidade do canadense.

Nós temos nossas próprias histórias para contar. A primeira delas aconteceu em North Vancouver, quando fomos visitar a Capilano Bridge e a Grouse Moutain. Já na nossa primeira parada, quando estávamos passando pelo estacionamento, nos deparamos com uma placa que dizia, em letras grandes e vermelhas: "Vamos diminuir a violência. Colabore, tranque seu carro".

A grande medida de segurança deles é trancar o carro! E qual de nós por aqui já pensou em não fazer isso? Aliás, nossas medidas vão muito além disso, e ninguém precisa pedir, né? Por vontade própria, colocamos insul-film escuro no carro, tranca, alarme, além de estarmos sempre às voltas com uma nova forma de disfarçar o rádio. Lembro que quando eu tinha um carro porque usava para ir trabalhar tive o rádio roubado três vezes em menos de seis meses, quando, enfim, desisti de ter um.

A outra situação foi ainda mais interessante. Nós ficamos hospedados em Bed & Breakfast em quase todas as paradas. Para quem não sabe, são pessoas que recebem hóspedes em suas próprias casas. Em Kamloops, onde paramos no caminho para Banff, ficamos numa casa bem afastada da cidade (afastada mesmo!), que ficava à beira de um lago. O lugar era lindo, mas sem nenhuma segurança aparente.

Durante o jantar, ao longo da conversa com os donos da casa, um casal de senhores, estávamos falando de família e eu disse que meu pai ficava muito preocupado de eu estar ficando em casa de pessoas estranhas. Eu contei a eles que sempre dizia pro meu pai que os donos da casa que deviam ser cautelosos conosco, já que também éramos estranhos pra eles e, afinal, era a casa deles que estava sendo "invadida". Eles fizeram cara de interrogação e pediram pra eu me explicar melhor. Eu tentei explicar que nós tínhamos medo de receber pessoas estranhas em casa, afinal, ninguém sabe o que elas poderiam fazer. Daí, a senhora pareceu, finalmente, ter entendido e exclamou: "Ué, toalhas de hotéis são muito mais bonitas do que as minhas"! Como se o maior problema fosse alguém querer roubar as toalhas dela!!!

Diante disso, nós dois explicamos que essa não era a preocupação, mas, sim, de acontecer coisas mais graves, violentas.  E o comentário foi: "Ah, mas aí só se nos matassem porque a polícia chegaria antes de a pessoa chegar ao final da rua". O que ela estava querendo dizer é que teriam que matá-la para garantir que ela não chamaria a polícia. Para ela, jamais alguém a mataria. Ela falava e ria, como se fosse uma situação ridiculamente surreal.

Muito diferente da nossa mentalidade, não? Meu primeiro medo seria alguém me matar! E eles sequer cogitam isso. Além disso, é impressionante a confiança da sociedade na polícia, como eles se sentem protegidos. Essa relação, inclusive, nós percebemos com clareza em Ottawa. Os policiais brincavam com as pessoas, posavam para fotos, eram ídolos mesmo, sabe?

Igualzinho a nós... (E eu nem vou contar das duas vezes na minha vida que tive policiais apontando armas pra minha cabeça. Uma, inclusive, era um cerco, com carros por todos os lados, policiais e, claro, armas. Todas apontadas para mim!)

Aparência do blog

Vocês já devem ter percebido que, de uns dias para cá, a barra da direita aqui do blog não está carregando no lugar certo, está indo lá pra baixo, depois de todos os post em exibição. Eu não fiz nenhuma alteração que justificasse e ontem fiz vários testes (tipo diminuir o tamanho da barra, tirar a linha do tempo, tirar a foto do Flickr, etc) e nenhum resolveu o problema. Então, eu estou sem novas idéias.

Algum sugestão do que pode ser e como consertar?

Wednesday, March 26, 2008

E o que nós vamos fazer com o visto?

Essa é a dúvida do Edu, do Picolé Carioca (Pô, Edu, da próxima vez pergunta alguma coisa mais fácil, tipo, "como eu faço pra imigrar pro Canadá?" - rs!). Isso porque a gente já esteve conversando com ele e com a Andréa e eles já devem ter percebido a nossa, digamos, "incerteza".

Primeiro de tudo, nós dois queremos, sim, ir pro Canadá. Só que o marido e eu temos funcionamentos bem diferentes e nos dedicamos em profundidades diferentes aos nossos desejos. Enquanto eu mergulho fundo e sou ultra determinada, sempre me programando, ele é 100% racional (o que não significa que eu não seja, mas eu sou emocional também), muito menos ansioso e bem mais, digamos, prudente. É assim: se antes de dormir nós conversamos sobre, quem sabe, viajar no próximo feriado para não-sei-onde, no dia seguinte, ao meio-dia, eu já tenho os valores das passagens aéreas, algumas opções de pacotes e mando tudo para ele por e-mail para aprovar ou não. E quase tudo o que eu digo e combino, por mais corriqueiro que possa parecer, "I mean it", ou seja, eu estou falando sério e acreditando naquilo. Já ele, toma "decisões" que, na verdade, fazem parte das ponderações para saber se é aquilo mesmo ou não. Desde pequena, surpreendia meus pais com recortes do Balcão de produtos que eu queria, quando eles chegavam em casa, eu já tinha feito as ligações e anotado todos os detalhes ao lado dos anúncios (foi assim que eu consegui meus hamsters, cachorros, aquários, ...). Às vezes, eles sequer sabiam que eu estava pensando em ter um bichinho...

Em relação ao Canadá, não somos diferentes. Enquanto eu passo boas horas do meu dia pesquisando nossas opções, possibilidades de empregos, estudos, etc, ele raramente vê alguma coisa sobre isso. Nossa conversa à noite costuma ser eu falando o que descobri de novo sobre o país e ele pensando em trocar o rack lá de casa, ou falando da reunião que terá no dia seguinte. Quem vê deve até pensar que só eu quero ir, mas não é bem assim, ele também quer. Aliás, a idéia inicial foi dele, já que nunca tinha passado na minha cabeça sair do país para sempre.

Nossa grande questão, e o que deve ter despertado a dúvida do Edu, é quando ir (e, claro, pra onde ir). Por mim, eu já estaria me organizando para ir assim que o visto saísse. Já ele, esperaria bastante tempo para juntar mais dinheiro e ter mais certeza. No final do ano passado, quando estávamos conversando sobre engravidar (e quando), eu deixei a decisão nas mãos dele. E aí, ele pegou um papel e fez uma planilha (isso mesmo!), colocando as opções de data de ida, a perspectiva de quando conseguiríamos um emprego, quanto dinheiro teríamos até a ida para gastarmos até o primeiro salário canadense e, então, quando o neném viria. Depois de tudo analisado, ele decidiu que setembro era o "mês D" e que até lá poderíamos juntar mais um dinheiro para podermos ficar mais tranquilos em relação a uma possível demora para conseguir um emprego e aí, segundo a tabela, eu engravidaria em dezembro (quer dizer, começaríamos as tentativas), já em terra canadense, com ou sem emprego (Ok, essa última parte terá que ser revista mais pra frente, eu sei - mas não contem pra ele!).

Eu fico angustiada diante da possibilidade de setembro chegar e ele preferir esperar mais, mas tudo o que posso fazer é aguardar e passar confiança a ele. A maior questão pra o marido é o emprego, na verdade, o dinheiro. Ele topa ir pra outra área, até ser taxista ele disse que seria, mas fica preocupado de não conseguir ter dinheiro suficiente para ter tranquilidade financeira. Eu entendo, porque, afinal, ele tem muito a mais perder aqui do que eu. Ele está num ótimo emprego, fazendo o que gosta e numa empresa muito boa. Tem um bom salário, colegas de trabalho com quem ele se dá bem e ainda tem essas viagens a trabalho "chatas", tipo a que ele vai fazer essa semana para Seattle. Abrir mão disso por uma incerteza é um grande passo.

Já eu, sou funcionária pública estável, ou seja, posso pedir licença sem remuneração. Quer dizer, pelo que eu tenho visto, dificilmente vou conseguir essa licença, mas tenho direito a pleiteá-la. Meu salário é bom em comparação com outras pessoas, mas não é o salário que eu espero ter como um projeto de vida, já que meu cargo é nivel médio e não superior. Fora isso, eu detesto trabalhar aqui e não vejo a hora de sair.

Ir pro Canadá logo significa chegar logo ao "meu futuro". Começar logo a estudar o que tiver que estudar, melhorar a língua, me adaptar. Pra ele, ir pro Canadá logo significa deixar de ter a vida que ele quer ter (em questão de trabalho e dinheiro), tendo que voltar a batalhar pra tentar, quem sabe, chegar lá de novo. A minha batalha, aqui no Brasil, começaria agora (já que me formei há pouco tempo), mas foi suspensa tendo em vista os planos de imigração.

Ele já me garantiu quinhentas mil vezes que iremos em setembro. Então, sem mais delongas, eis a resposta para a pergunta do título:

"Quando o visto sair, vamos começar a procurar emprego pela internet. Se conseguirmos alguma coisa, ótimo, vamos pra onde for, a hora que tiver que ir. Não conseguindo, vamos em setembro e, ao que tudo indica, com destino a Halifax. E, se tudo correr bem, quem sabe - não custa sonhar -, o herdeiro será encomendado em dezembro".

(E aí está o nosso futuro em um parágrafo - rs!)

Monday, March 24, 2008

Bola fora pra Halifax?!

UFA! Nada como um feriado para deixar o blog desatualizado, as leituras atrasadas e uma pilha de processos na mesa do trabalho. E nada como muito chocolate para dar disposição e colocar tudo isso em dia. A mesa já está limpa, atualizo o blog agora e sigo para as leituras e comentários. Espero que todos tenham tido uma ótima Páscoa, repleta de ovos de chocolate!

Mas estou aqui para falar do Canadá...

Semana passada, o Jair mandou um e-mail para o grupo do Yahoo com o link de uma pesquisa sobre as cidades mais violentas do Canadá. Quase caí para trás quando vi que Halifax, minha nova queridinha, está entre as 10 primeiras mais violentas. E, pior, é a única desse grupo do lado leste. Todas as outras nove estão à oeste de Winnipeg.

Fiquei realmente assustada e levei um tempo para digerir a informação. Como pode uma cidade que eu tento me convencer que não é tão pequena nem tão pacata assim ser a décima mais violenta do país?

Mesmo os organizadores dessa pesquisa se assustaram com a presença de Halifax entre as primeiras posições. Um criminalista entrevistado atribuiu à questão a população jovem presente na cidade devido a todas as universidades, que seriam os maiores responsáveis pelos índices. Além disso, por ser uma cidade que recebe muitos turistas, seria mais difícil controlar o que, realmente, pertence à cidade. Ele também percebe um problema do governo, que investe em policiamento e em programas educativos para adolescentes, mas não dá tanta atenção para jovens adultos.

Ao mesmo tempo, encuquei tentando desvendar como pode a segunda melhor cidade para se viver ser uma das dez mais violentas. Halifax só ficou atrás de Ottawa numa pesquisa feita ano passado. Dá pra entender? Talvez seja porque a violência em Halifax, mesmo estando 71% acima da média do país seja pouca. Talvez seja localizada. Talvez, na verdade, os casos é que sejam mais registrados do que nas outras cidades, o que faz aumentar os números oficiais.

São duas informações, a meu ver, antagônicas. Ao mesmo tempo que uma desperta uma vontade de enorme de fazer na cidade meu próximo pouso, diante da outra dá vontade de correr dali, com medo de ser uma furada e uma situação que daqui a alguns anos já não estará tão distante da que estamos fugindo agora. Bom, isso já seria um exagero, né? Alguma luz?

Nota pós post: vale a pena conferir a reportagem que saiu no The Star sobre a pesquisa, mostrando como a mídia vem fazendo de Toronto uma cidade violenta, quando, na verdade, não é bem assim.






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