Monday, May 5, 2008

Fila andando...

A primeira fila que está andando é a minha lista de coisas a fazer. O mais urgente, que eram os agradecimentos, estão prontos e coloquei hoje nos Correios. Agora é só terminar de entregar pro pessoal que a gente vai encontrar ao longo dessa semana. As fotos do casamento eu já selecionei quase tudo. Só que ainda vou ter que selecionar o selecionado, já que tenho umas 260 escolhidas e preciso reduzir esse número para 100. Considerando que parti de umas mil, agora vai ser moleza :) rs! O restante ainda falta, mas uma hora chegamos lá.

A outra fila que está andando é a do pedido dos passaportes. Ainda não chegou a nossa vez, mas vi hoje no grupo do Yahoo que o Augusto recebeu a cartinha dele no dia 1º. E os exames dele foram recebidos em Trinidad e Tobago junto com os nossos, no dia 22 de abril. É, deve chegar a qualquer momento.

Por enquanto, estou às voltas com os afazeres atrasados e com uma possível viagem que seria esse sábado, mas que ainda não foi confirmada, apesar de eu já ter comprado a passagem. Enquanto isso, alguns pensamentos indesejados andam povoando minha cabecinha.

Eu não sei dizer se é essa espera absurdamente longa (apesar de não ser tão longa assim comparada a outros países) e o desânimo que ela traz, se é medo ou preguiça, se é a proximidade da concretização de tudo, se é esse distanciamento momentâneo de coisas relativas ao Canadá ou se é mesmo a idade (são só 25 anos, mas já pesam - rs), mas tenho tido "second thoughts" (e o marido está proibido de ler esse post a partir desse ponto, pelo menos).

Parece que está caindo a ficha dessa "loucura" toda, que vamos abrir mão de uma vida financeiramente estável e emocionalmente equilibrada por um grande ponto de interrogação. Vamos conseguir emprego? Vou conseguir estudar de novo? Mesmo com emprego, vamos nos adaptar? Será que o inverno é terrível? Quando o neném virá se formos? Aqui, nós temos nosso apartamento, nossos empregos. Tudo bem que não estou fazendo exatamente o que gostaria, mas se o plano fosse ficar, seria questão de tempo até eu conseguir outra coisa melhor. Isso porque eu tenho absoluta confiança de que, por aqui, eu tenho competência para conseguir o que quero. Mas por lá...

Tem vezes que me pego pensando que "até que aqui não está tão ruim assim" e fico sem saber se estou assim porque me afastei das mazelas locais, pois sempre penso "ai, ainda bem que em setembro estarei no Canadá"!. Pode ser também consequência de eu ter parado de ler notícias ruins. Ou, talvez, a gente esteja cada vez mais dentro da nossa própria bolha, só saindo de casa o mínimo possível e com tudo calculado para garantir nossa segurança (não andamos de madrugada por aí, não vamos a lugares mais famosos pela violência,...). Tudo o que fazemos é assistir DVD em casa, receber amigos ou ir a casa de amigos. Sair, sair, só em restaurantes e isso tem diminuído cada vez mais. A última possibilidade é a que realmente me preocupa. É possível que eu esteja me acostumando com a insegurança e que tenha aceitado essa realidade na minha vida. E isso eu não quero, de jeito nenhum, nem pra mim, nem pros meus filhos.

O maior sentimento que tenho, no momento, é uma preguiça enorme de começar do zero. De deixar tudo aqui, operacionalizar toda a mudança e começar lá. Língua, estudo, casa, trabalho,... quando nossa vida chegará, novamente, à "calmaria" atual de novo? Se é que, algum dia, vai chegar. Além disso, tem o medo de dar errado e ter que recomeçar tudo por aqui! Sei que, eventualmente, a gente se reestruturaria, mas o caminho até lá seria exaustivo.

Enfim, alguém no mesmo barco? Confesso que tenho até vergonha de escrever isso... Shame on me! Se tudo der certo, esses pensamentos vão passar junto com essa fase preguiçosa e vou voltar com disposição pra mim e, de sobra, pro marido.

7 comments:

:= said...

Vc tá parecendo eu. Tinha hora que me dava uma dessas tb eu pensava "até que aqui não está tão ruim assim". Tá sim! Depois que vc vier pra cá veráo que é tranquilidade.
Claro que tem toda aquela insegurança do início, vc rala pra conseguir emprego, apartamento, enfim, pra se inserir na sociedade e depois olha pra trás, já passou um tempão e vc estálevando umavidinha canadense sem nem perceber!
bjs

Anonymous said...

Oi Camila,

Me identifiquei demais com o seu post! Estou me vendo em vc daqui a alguns meses... Mas acho que isso é mais do que normal! O que eu procuro pensar é: é melhor ir e ver no que dá do que ficar e nunca saber como seria. outra coisa: essa estabilidade que vcs têm aqui pode ser readquirida se caso as coisas por lá não funcionarem!

Respira fundo e vai fundo!!!

Boa sorte!

Beijos,
Mari

Andréa said...

Camila, concordo com a Jeanne e com a Mariana. A gente se acostuma tanto com as coisas boas quanto com as coisas ruins. É só ficarmos na nossa "bolha" como você disse. Mas é isso que queremos para nós e para nossos filhos? Até saber desse processo do Canadá eu me resignava, pois não tinha opção. Mas agora, que a opção existe e pelo que vemos de todos os blogs, depoimentos, amigos que temos no Canadá, ela é muito melhor do que ficar por aqui, só nos resta tomar coragem e seguir em frente. O que não dá é deixar como está pra ver como é que fica. A insegurança e uma certa "preguiça" de começar de novo são naturais. Eu sinto isso de vez em quando, mas não são suficientes para nos fazer desistir. E por enquanto você tem 25 anos. Já pensou quando tiver 44 como eu? Sabe-se lá se você vai ter lugar nesse mercado de trabalho louco do Brasil, em que uma pessoa com 40 anos é VELHA!!!! Eu, hein... tô fora! Literalmente!!

Força e coragem, amiga! Estamos aqui para te dar aquele empurrãozinho sempre que precisar.

E se for com um fondue de queijo, melhor ainda!!!! Hehehehe....


Beijocas!


Andréa

Sandro e Família said...

Camila

Esse sentimento uma hora ou outra sempre bate em todos que estão na mesma situação.
Para nós que temos filhos pequenos o medo aumenta ainda mais, mas quando pensamos no futuro nosso e principalmente no deles voltamos a ter certeza de estar fazendo a coisa certa.

Falta pouco para a partida e ficaremos aqui torcendo por vocês.

Abração

Renata, Dory, Olívia e Vítor said...

Pergunta: alguém aqui no mesmo barco?
Resposta: EU!!!!!!!

Tenho medo, dúvida e preguiça, então, nem se fale...
Ainda falta um tempinho pro nosso processo, mas acho que o sentimento é o mesmo. Vamos em frente. vai valer a pena!
Bjs

Denise said...

Oi K !!!!
Achei a minha turma !!!
Juro p vc que estava me sentindo um E.T. O que mais se vê por aí são pessoas super empolgadas com o CA, não vêem a hora de partir, já sabem tudo sobre onde vão, o que vão fazer... E eu nem sequer sei p que cidade vou... (um pouco de exageros à parte... a princípio iremos a Brampton pois temos parentes por lá... mas depois? Não faço a menor idéia!). Trocar o certo pelo duvidoso é apavorante ! Mas vai dar tudo certo. Nos encontramos do outro lado do mundo ! Estão programando p ir em set? Beijos, beijos.

Li e Karllus said...

Nossa!
Não imaginava que tivessem tantas pessoas, e parece que todas sao mulheres, pensando e tendo as mesmas sensações de medo e preguiça de começar do zero. Falei pro meu marido desse meu medo no dia que demos entrada no processo. Mas ele me deu a maior força pra enchergar que tudo na vida é feito de começos e re-começos.
Como já moramos mais de 3 anos nos EUA, não temos medo do desconhecido, ainda mais quando todos dizem que é bom.
De volta no Brasil desde out/07 eu simplesmente fechei os olhos e finjo que não vejo tudo que está de errado no nosso país e é isso que me impulsiona a ir em busca da minha felicidade juntamente com o meu marido e quem sabe criar até a coragem de ter um filho, pois neste país não dá. :(

Voce está na reta final, força e boa sorte.

beiZoccas,
Elisangela Zoccarato

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